Ao segundo disco, os Unsafe Space Garden riem-se na cara dos problemas

O primeiro longa-duração dos Unsafe Space Garden (e segundo lançamento de uma carreira que ainda está no início) saiu no dia 13 de março.

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O primeiro longa-duração dos vimaranenses voou para as prateleiras digitais este mês. E é uma viagem por estados de espírito e modos de estar.

© Bruno Carreira

O primeiro longa-duração dos Unsafe Space Garden (e segundo lançamento de uma carreira que ainda está no início) saiu no dia 13 de março. Contudo, para já, o grupo não pode apresenta-lo nos moldes tradicionais nas salas habituais. Nuno Duarte e Alexandra Saldanha, dois dos integrantes da banda, da qual também faz parte Diogo Costa, falam ao Mais Guimarães sobre o disco a partir de casa. “Não podemos fazer datas de apresentação ao vivo, mas pelo menos as pessoas, estando em casa, podem ter tempo para ouvir melhor os novos álbuns que saem”, aponta Alexandra. E “Guilty Measures”, assim se chama o novo lançamento dos vimaranenses, pode ser reconforto em tempos difíceis — e também uma ajuda para se interpretar o erro de outra maneira.

“Mais corajoso” do que “Bubble Burst”, o primeiro EP, o novo disco dos Unsafe Space Garden leva-nos por diversos caminhos sonoros, quase labirínticos, comandados por vozes que são tão robotizadas quanto infantis. Há momentos quase esquizofrénicos, viagens inesperadas pelas ondas sonoras e até espaço para a ascensão de um momento menos bom para algo positivo (como em “Hole To The Whole”). Teatral? Sempre, mas com um motivo e uma explicação por trás: “Criamos uma regra. Sempre que cada um de nós levasse a coisa a séria, o outro tinha de se partir a rir”, conta Alexandra.

E isso resulta numa imensidão de personagens que habitam o estranho universo de “Guilty Measures”, que também é uma prova de maturidade. Se no primeiro lançamento imperava um sentimento de “leviandade” perante o confronto com o lado mais sombrio da vida, no segundo disco aceita-se que nem tudo é simples. “No disco, como refletimos mais sobre estas ideias, que têm um peso enorme. Sabemos que essas coisas vão embora, mas aceitamos que fazem parte, que têm esse peso”, explica Nuno.

© Bruno Carreira

Ou seja, o que os Unsafe Space Garden nos propõem é um exercício complicado para os dias de hoje (e cujo motivo, pegajoso, se cola a quase tudo o que se faz): aceitar que o caos existe, que o mundo não é almofadado e que nos podemos rir de tudo isso, acima de tudo. E sermos quem quisermos.

É na dualidade que os Unsafe Space Garden parecem entender-se melhor: em grande parte desta descoberta que nos oferece o álbum, há momentos de tensão que depois se preenchem de ar e leveza, num jogo das vozes de Nuno e Alexandra. Aliás, o nome da banda já deixa adivinhar uma intenção clara: “Estávamos a passear no Toural quando decidimos. Pensamos em juntar diferentes ideias, como os safe spaces e o que se pode aprender a viver em desconforto. Em vez de facilitar tudo e cobrir o mundo em almofadas, trabalhar a capacidade de existir em situações difíceis”, explica Alexandra.

E Nuno aplica a ideia à atualidade: “Tudo o que vivemos hoje, com esta pandemia, é um unsafe space. Mas queremos encontrar o humor em circunstâncias aterradoras.” E é assim que se vai fechando o disco. Há uma tempestade, mas segue-se-lhe sempre a bonança, como nos ensina “It All Depends on Time”. Vai passar. Enquanto não passa, há um álbum que se cola à realidade para ouvir

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