AS MARIAS

MARCELA MAIA Técnica de relações internacionais na Universidade do Minho

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por MARCELA MAIA
Técnica de relações internacionais na Universidade do Minho

por MARCELA MAIA
Técnica de relações internacionais na Universidade do Minho

Há um ano escrevia o meu primeiro artigo de opinião para o recém-nascido Jornal Mais Guimarães. Um pouco a medo resolvi escrever um artigo mais formal que fizesse referencia a coisas palpáveis e que se pudessem ver em Guimarães. Com o passar dos dias, decidi que mais interessante e importante do que isso – para mim – seria escrever sobre o intangível de Guimarães – as pessoas que compõem a alma vimaranense.

Hoje escrevo sobre as suas Marias…

Quem não tem uma Maria na sua vida que se acuse.

Seja sozinho ou acompanhado, o nome Maria é um dos nomes femininos mais comuns – anualmente registam-se em Portugal milhares de Marias.

A popularidade do nome não se esgota no nosso país, estendendo-se além-fronteiras.

A origem do nome é incerta e parece ter múltiplos berços e significados. Ao que parece uma Maria pode muito bem ser “amor”, uma “senhora amada”, “pura” e “virtuosa”, mas também “um oceano azedo” ou um “mar de amargura” – afinal a Maria é humana e não uma entidade divina.

Por obra divina ou não o nome Maria tornou-se cada vez mais popular com a propagação do Cristianismo ao surgir na bíblia em alusão à escolhida por Deus para carregar o seu filho no ventre.

É graças a essa referência bíblica que se assume que Maria é nome de Mãe – o que para mim é quase uma verdade absoluta uma vez que sou filha de uma Maria, os meus sobrinhos serão filhos de uma Maria, assim como os meus possíveis filhos o serão. Pessoalmente não vejo grande fascínio no nome quando antecedido pelo nome Marcela, mas por respeito ao legado que o mesmo representa ainda não fui capaz de o omitir do meu cartão do cidadão.

A propósito das nossas Marias a artista Madalena Martins criou o projeto de identidade regional “Marias Portugal”. Este projeto conjuga a tradição e o modernismo, utilizando o design gráfico como meio de representação da arte popular portuguesa. À semelhança das nossas Marias – reais – cada Maria criada pela artista é a porta-voz de determinada região. A Maria Guimarães é uma mulher da terra que usa um elmo (qual D. Afonso Henriques), veste vermelho e verde e carrega na mão uma lança adornada com ramos de pinheiro e uma maçã em homenagem às nossas queridas Nicolinas. Nas palavras de Márcia Alves “Em Guimarães, a Maria não se acanha e mostra as feições vitoriosas de quem nasceu em berço guerreiro, de quem conquistou o seu lugar altivo no coração das gentes. Esta é uma Maria de armas, de olhos que ardem no fervor das Nicolinas, no pulsar do bombo que arrebita até às altas hastes do pinheiro. É com nobreza que se apresenta, mas é na comunhão popular que se descobre”.

                  As Marias da nossa vida cultivam a nossa terra e nutrem as nossas raízes sem medo do pousio – são lutadoras estas Marias.

Vulgo modo associa-se o mês de Maio como sendo o mês de Maria. Eu cá prefiro associá-lo como sendo Outubro, uma vez que para mim Outubro é o mês da Maria mais Maria de todas, por ser a personificação do que o “amor” deve ser – a minha Mãe.

Neste mês de aniversário do jornal Mais Guimarães, felicito o grupo pela partilha que tem permitido – de conhecimento, experiências, opiniões e até mesmo de divagações – e agradeço a todas as Marias que nos leem, em particular à minha, por tão bem nos educarem na difícil tarefa do que é ser-se Maria…

 

 

 

 

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