Associação Vimaranense de Hotelaria apresenta contas finais do seu envolvimento no torneio de padel

A Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH) esclareceu os valores envolvidos na organização da prova de padel, o Open Emblezart by Life Padel. A associação recebeu um subsídio de 40 mil euros da Câmara Municipal de Guimarães, para trazer o evento para a cidade, tendo sido instalado um dos campos na Plataforma das Artes.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

José Diogo Silva, presidente da AVH, explicou, em entrevista ao Mais Guimarães, que “é uma questão de honra e transparência” apresentar os números e justificações sobre o evento que gerou polémica em Guimarães, pelo torneio ter sido organizado pela Life Padel. Pedro Emanuel Bragança, filho de Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal é um dos sócios da empresa.

Para a AVH, o objetivo principal da associação foi “a dinamização da cidade, tornando-a mais atrativa e menos acomodada”. José Diogo Silva refuta as insinuações de que o subsídio teria sido um favor à empresa ligada ao filho do presidente, esclarecendo que a escolha foi feita pela “competência da AVH na organização de eventos e na promoção do destino turístico Guimarães”.

Para o presidente da associação, o evento trouxe benefícios para o setor de hotelaria e restauração local. “Tivemos quase 300 pessoas alojadas em Guimarães. Os hotéis estiveram a 100% durante o fim de semana”, destacou José Diogo Silva, garantindo estarem presentes 692 participantes, dos quais 70% não eram residentes no concelho, gerando impacto direto na economia local.

Quanto aos custos do evento, realçou que dos 40 mil euros recebidos, 7.500 euros foram pagos em IVA. “O apoio efetivo foi de 32.500 euros, e os valores que ultrapassaram este montante, que não foi suficiente para cobrir todas as despesas do que aconteceu na Plataforma das Artes, foram assumidos pela empresa organizadora, ou seja, a Life Padel”, explicou.

Entre os custos apresentados, 23.392,18 euros destinaram-se para a montagem do campo, ao que se somou mais 763 euros em alimentação e dormidas, uma vez que, a montagem acabou por se prolongar devido a dificuldades logísticas associadas à instalação da infraestrutura na Plataforma das Artes. Além disso, foram gastos 3.690 euros em bancadas, 1.350 euros em prémios, consistindo em 60 Cantarinhas dos Namorados, e o espaço lounge, inicialmente orçamentado em 15 mil euros, foi ajustado para 7.804,21 euros, graças a parcerias com fornecedores locais.

O total do evento foi de 40.320,39 euros, resultando num ligeiro prejuízo de 320,39 euros para a AVH.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Apesar das críticas, José Diogo Silva assegura que a relação com a Câmara Municipal saiu reforçada e que a AVH manteve uma postura “digna e cooperativa”. O dirigente não escondeu o desconforto causado por insinuações, mas garantiu que a consciência da associação e a minha está tranquila. “Assumimos os nossos compromissos com transparência e estamos sempre dispostos ao diálogo.”

Quanto ao futuro, adiantou que a AVH está preparada para continuar a inovar e a realizar novos eventos. “Queremos fazer coisas diferentes e estamos a aprender a fazê-lo”, afirmou, mantendo o foco no combate à sazonalidade do setor de hotelaria e restauração em Guimarães.

José Diogo Silva revelou ainda que ponderou demitir-se da liderança da associação, perante a polémica instalada na altura, admitindo que seria uma prova de que não está “agarrado a cargos”. No entanto, reforçou que a AVH continuará a desempenhar o seu papel de dinamização da cidade, independentemente das críticas.

O presidente da associação finaliza reforçando que não descarta a possibilidade de realizar o evento de padel novamente, como adiantou no lançamento desta primeira edição do Torneio Emblezart, mas admite que “algumas coisas têm de ser ajustadas” para uma próxima edição, mas que “voltaríamos a fazer”.

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