Átoa: “Pode ser-se inquieto para sempre”

Artigo publicado na edição de fevereiro da revista Mais Guimarães.

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Guilherme Alface, João Direitinho e Mário Monginho mostram que é possível fazer música a partir de todos os cantos no nosso país. “Chamam-se Átoa, porque no início foi assim, tudo era um pouco à toa”, lê-se na apresentação da banda. De Évora, deram-se a conhecer ao mundo e, em 2016, ainda com Rodrigo Liaça na banda, apresentaram o seu álbum de estreia, Idade Dos Inquietos. Um grupo, também de amigos, que assume a sua língua materna e partilha responsabilidades durante o processo criativo.

© Direitos Reservados

Começando, obviamente, pelo início e regressando a 2014, como é que vocês se juntam e decidem formar uma banda?

Os Átoa formaram-se porque andávamos no mesmo secundário e partilhávamos o mesmo gosto por tocar música. Fez então todo o sentido formar-se a banda.

Abrir o concerto da Jessie J foi um dos pontos altos da vossa carreira? O que é que sentiram?

Abrir o concerto da Jessie J foi um ponto de viragem na nossa carreira, porque, além de termos conseguido alguma visibilidade, foi também um abrir de olhos para aquilo que estávamos a assumir para a nossa carreira enquanto músicos profissionais. Percebemos, efetivamente, como é que o mundo do espetáculo à séria funcionava.

Sentimos muito nervos, o Mário inclusive antes de entrar esta sempre a comentar que tinha vontade de vomitar os próprios órgãos.

Como é que é o vosso processo criativo? Há, também na criação, uma idade dos inquietos, ou pode ser-se inquieto sempre?

O nosso processo criativo é um processo muito natural, trabalhamos muito através da partilha de ideias entre nós, mas também temos sessões que combinamos no estúdio e as músicas acabam por surgir.

Achamos que se pode ser inquieto para sempre, toda a pessoa mais velha tem um pingo de infantilidade.

“As coisas evoluíram. Em qualquer parte do mundo, na vila menos habitável, conseguimos expor a nossa canção.”

Algum de vocês é mais responsável por alguma parte do processo criativo ou há um certo equilíbrio entre todos?

Todos nós temos responsabilidades pelo processo criativo na banda. Tanto na parte de composição, como na parte de produção.

Escrevem e cantam em português e fazem-no sem medos. Por que razão assumiram a vossa língua materna?

Nós decidimos assumir o português, primeiro que tudo, porque é a língua que nos é natural. Visto que a música se trata de naturalidade e de transmitir mensagens e sentimentos, achámos que seria não só um levantar de bandeira da nossa língua portuguesa, mas também uma maneira de expressar melhor as nossas canções.

Nesse sentido, quais são as vossas maiores inspirações?

As nossas maiores inspirações já rodaram por muito. Cada um de nós individualmente tem a sua inspiração e as suas referências. Enquanto banda gostamos muito dos Azeitonas, Miguel Araújo, One Republic, Bastille, Imagine Dragons…

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Chegam ao mundo da música vindos de Évora. De que forma é que, por um lado, isso vos influencia e, por outro lado, acreditam que são a prova de que não é preciso estar nos grandes centros para chegar longe?

Só influencia na medida em que fazemos parte da melhor região do país que é o Alentejo.

Obviamente as coisas, em 2022, já não funcionam da mesma forma que funcionavam em 2005. As coisas evoluíram, todos nós, em qualquer parte do mundo, na vila menos habitável, conseguimos expor a nossa canção, conseguimos agarrar oportunidades…

A única diferença é que há zonas do país onde isso é mais complicado, mas a internet veio mudar um bocadinho isso.

Já há alguma coisa preparada para os próximos meses? Guimarães pode estar nos vossos planos?

Nós temos uma música preparada para os próximos tempos, sim. Guimarães pode estar nos nossos planos, sem dúvida. Ainda para mais é a terra berço do nosso país.

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