Ave: Menos 15% de inscritos no ensino profissional nos últimos três anos

Um estudo sobre a qualificação profissional na região do Ave, apresentado, esta quinta-feira, dia 13, no Auditório Municipal Francisco Ferreira, em Vizela, aponta para uma quebra de 15% no número de alunos inscritos no Ensino Profissional nos últimos três anos na região do Ave.

© CIM do Ave

A tendência, associada à falta de informação, aos preconceitos e a um desajustamento da oferta educativa face às necessidades empresariais hodiernas levanta sérios desafios estruturais para a economia regional. Para reverter o cenário, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave e a Universidade do Minho uniram esforços e, após um diagnóstico aprofundado, vêm sugerir medidas para revitalizar o setor.

Aquelas estão plasmadas no “Estudo de Antecipação das Necessidades de Qualificação”, integrado na operação “EDUCAVE – Leave no One Behind”, elaborado no âmbito do PIPSE- Norte2030/FSE pela CIM do Ave em colaboração com a Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (UMinho), cujos investigadores, e professores, João Cerejeira e Francisco Carballo, apresentaram os principais resultados do documento.

Deles avulta que, entre os anos letivos de 2018/19 e 2021/22, o número de alunos matriculados em cursos profissionais na CIM do Ave caiu de 5.468 para 4.637. Além do impacto da quebra demográfica – particularmente visível em Fafe (-38%), Vieira do Minho (-56%) e Mondim de Basto (-34%), com uma queda expressiva nas matrículas – a falta de orientação vocacional e os estigmas sociais associados ao Ensino Profissional são apontados como fatores determinantes para a crise de atração.

De acordo com João Cerejeira, “muitos jovens e famílias veem o Ensino Profissional como via secundária”. E, no entanto, “além de permitir o acesso ao Ensino Superior, o Ensino Profissional proporciona salários e empregabilidade superiores a muitas formações académicas”, salienta Cerejeira.

A qual também poderia ser melhor, designadamente do lado da oferta formativa do Ensino Profissional, alinhando-a com as exigências do mercado laboral na região do Ave, onde setores como a indústria transformadora, as energias renováveis e a digitalização carecem de profissionais qualificados.

Com esse objetivo, o estudo da CIM do Ave e da UMinho recomenda a criação de um fórum intermunicipal para monitorizar as necessidades de qualificação, o reforço da mobilidade estudantil e maior articulação entre escolas e empresas, designadamente “promovendo estágios e formação prática alinhados com as exigências do mercado”.

Assinado Protocolo de Cooperação

O evento foi ainda marcado pela assinatura do Protocolo de Cooperação da Rede Local de Centros Qualifica do Ave, que visa fortalecer a aprendizagem ao longo da vida e melhorar as qualificações escolares e profissionais da população. Com o estudo e o protocolo, a CIM do Ave “reforça o seu compromisso de desenvolver soluções que preparem melhor os jovens para os desafios do mercado de trabalho, promovendo um crescimento sustentável e inclusivo do seu território”.

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