Be Stitch: “Assumam o aval pessoal que dei a toda a divida e o paraíso pode ser vosso”
Pela primeira vez, desde que foi tornado publico o despedimento de 60 trabalhadores da Bestich, empresa sediada em Lordelo, Rui Machado, o sócio-gerente da empresa, recorrendo às suas redes sociais aborda o assunto de forma direta, explicando as razões que levaram ao despedimento desses colaboradores e o percurso da empresa até aqui.
A Be Stitch, criada em 2003 com “capital social de 15.000 euros, com menos de 10 funcionários e uma dúzia de maquinas de costura teve”, conta, entre 2017 e 2021, uma média de 22o trabalhadores, tendo aumentado nesse período o salário médio de 1380,00 € mensais, em 2017, para 1630,00 € em 2023. “Sim, na Têxtil”, afirma Rui Machado.
Nesse período, acrescenta, os resultados distribuídos ao sócio gerente foram zero e, dando como exemplo o ano de 2021, o peso do salário da administração sobre o volume de negócios foi, nesse ano, de apenas 0,3%.
De 2017 a 2021, a Be Stitch teve “cerca de 150 milhões de euros de faturação sendo a quase totalidade para exportação”, e “cerca de 1,7 milhões de resultados líquidos. Pagou mais de 3,5 milhões de euros de contribuições para a segurança social e o mesmo valor dos custos financeiros (juros e outras despesas bancárias). Mais de um milhão de euros de IRC e tributações autónomas e cerca de 13 milhões de subcontratação (a tal mão-de-obra indireta sem contar com as compras de matérias-primas e subsidiaras), adianta.
Realizou ainda “quase 6 milhões de investimento (com o tal apoio de 1,5 milhões do Programa 2020, estando mais de 600.000 euros amortizados e tendo “arrebentado” todos os critérios para ter direito a cerca de 600.000 a fundo perdido”, escreve ainda Rui Machado.
Em 2022, apesar da crise energética, cujo aumento rondou os 100%, a Be Stitch aumentou o volume de negócios. Mas, em 2023, deu-se uma “quebra de procura na ordem dos 60% em relação ao período homólogo de 2022. Repito: 60%”, afirma o sócio gerente, que atribui a responsabilidade da quebra à “Mãe Russia e BCE”.
Com um serviço da dívida “a rondar os 100.000 euros por mês”, Rui Machado ironiza: “Ainda bem que temos o banco de fomento e um PRR em curso”. Estes terão sido os motivos que levaram ao despedimento dos trabalhadores em agosto passado.
Aos trabalhadores visados, “A todos aqueles que perderam o emprego, um grande abraço solidário”, escreve, acreditando que “todos têm ou terão novos projetos rapidamente. Afinal, trabalharam na Be Stitch: levam selo de qualidade. Se dependesse de vós, estaríamos cotados na bolsa. Tudo farei para que voltem”.
O sócio-gerente da empresa adianta ainda que “vive onde vivia em 2001. Não herdou nem tem acesso a dinheiro “velho” da família, e não tem qualquer bem imobiliário”.
Quanto aos “cães raivosos, master-minds da gestão, aceito sugestões. Assumam o aval pessoal que dei a toda a divida e o paraíso pode ser vosso”, termina.
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