Biblioteca Raúl Brandão recebeu debate sobre “Ensaio sobre a Lucidez” de José Saramago

Na sessão foi destacado "o compromisso com a luta pela justiça social e a profunda ligação ao povo que José Saramago manteve ao longo de toda a sua vida".

raul brandao saramago

No âmbito das Comemorações do Centenário de José Saramago que o PCP está a promover sob o lema “Escritor Universal, intelectual de Abril, militante comunista”. A Direcção da Organização Regional de Braga do PCP realizou um debate em torno do livro “Ensaio sobre a Lucidez”, na passada sexta-feira, 3 de junho, na Biblioteca Municipal Raúl Brandão.

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Com o debate “pretendeu-se uma evocação sobre a vida e obra de José Saramago, plena de actualidade, e uma reflexão sobre temáticas tratadas nesta obra, como os riscos existentes para a democracia, as condicionantes das eleições, a valia imensa do direito ao voto conquistado ao longo de uma história de impedimentos e proibições para as classes trabalhadoras e várias camadas sociais”, refere a organização em comunicado.
Participaram José Manuel Mendes, escritor e presidente da Associação Portuguesa de Escritores, e António Filipe, jurista e professor universitário, membro do Comité Central do PCP. A moderação coube a Rosa Guimarães, professora e membro da Comissão Concelhia de Guimarães do PCP.

Na sequência do Ensaio sobre a Cegueira, segundo José Manuel Mendes, o Ensaio sobre a Lucidez é uma obra que convida à reflexão sobre as sociedades e a superação dos problemas. Sem adiantar soluções, esta obra realça o poder negativo da cegueira extrema e o maniqueísmo que o poder dirigente por vezes assume. “Este é um livro que apela a que cada um saía da sonolência!” afirmou.


António Filipe, a partir dos diálogos das personagens do romance, ilustrou até onde um poder que se sinta ameaçado pode ir, mesmo que não saiba exactamente o porquê. Para o dirigente comunista, a história está repleta de exemplos de manipulação de bodes expiatórios. “No livro, as autoridades determinam à polícia que descure quem está na base das movimentações e que, se não encontrarem, que inventem” afirmou António Filipe. 


O voto em branco não é apresentado no livro “como solução mas como expressão do descontentamento da larga maioria da população ficcionada no livro”. Para António Filipe “temos que transportar o livro para a realidade, saltar do romance para a vida. Têm que ser as pessoas a tomar o destino das suas vidas. A transformação social faz-se com a participação activa das pessoas, com o seu voto, mas não só. Com a participação social, associativa, sindical e política.”  concluiu.
Na sessão foi destacado “o compromisso com a luta pela justiça social e a profunda ligação ao povo que José Saramago manteve ao longo de toda a sua vida”.

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