Braga, Famalicão, Esposende e Viana à frente de Guimarães no Ranking de Competitividade Municipal
Braga é o município mais competitivo da Região Minho, seguido por Famalicão e Esposende. Viana do Castelo também aparece à frente de Guimarães.

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O Instituto Mais Liberdade divulgou o Ranking de Competitividade Municipal 2025, um índice que compara a atratividade e qualidade de serviços e infraestruturas dos 186 municípios portugueses com mais de dez mil habitantes. Guimarães surge na 59ª posição, num índice em que o Minho só coloca três concelhos entre os 50 primeiros.
No caso de Guimarães, surpreende a posição modesta (112ª) na categoria “Cultura e Entretenimento”, em que foram avaliados os números de espetáculos ao vivo, museus e exposições. A nível nacional, Lisboa é o município mais competitivo, seguido por Oeiras e Porto. Na categoria “Habitação”, onde os municípios mais competitivos surgem mal posicionados, Guimarães surge na 66ª posição.
O Ranking de Competitividade Municipal 2025 está organizado em onze categorias – “Rendimentos Familiares”; “Capital Humano”; “Capital Produtivo”; “Saúde”; “Educação”; “Habitação”; “Cultura e Entretenimento”; “Proteção e Justiça”; “Serviços Essenciais e Ferrovia”; “Fiscalidade e Endividamento Autárquico”; e “Competitividade Envolvente” (medindo a influência do dinamismo de municípios vizinhos) – que se agrupam nas dimensões “Famílias e Empresas”; “Serviços, Infraestruturas” e “Governação Local”.
Guimarães aparece na 59ª posição, obtendo a melhor classificação na categoria de “Proteção e Segurança” (13º), a única em que fica entre os 20 municípios mais bem pontuados.
Vizinhança de Guimarães com resultados contrastantes
Relativamente aos concelhos que fazem fronteira com Guimarães, além de Famalicão e Braga, destaque para Santo Tirso na 58ª posição, um lugar à frente de Guimarães. O município tirsense obtém uma boa pontuação (7º) em “Proteção e Justiça”, por ter poucos processos pendentes em justiça civil por mil habitantes (tribunais de 1.ª instância), são 26, contra 55, em Guimarães. Santo Tirso também aparece bem classificado em “Saúde” (38º) e em “Capital Produtivo” (56º). Os outros municípios à volta de Guimarães surgem todos abaixo da centésima posição: Vizela (110º); Felgueiras (116º); Póvoa de Lanhoso (133º); e Fafe (154º).

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Depois de ter sido Capital Europeia da Cultura, em 2012, o Município de Guimarães surge, neste índice, na 112ª posição, na categoria “Cultura e Entretenimento”. Um dos indicadores avaliados nesta categoria foi o número de espetáculos ao vivo por mil habitantes (números de de 2023): em Guimarães houve 2,3, que dá ao concelho uma pontuação de 11, numa escala de 0 a 100. Lisboa, a cidade que ficou em primeiro lugar nesta categoria, teve, 19,8 espetáculos por mil habitantes. O concelho do Minho mais bem classificado na classificação geral de competitividade, Braga (78º), neste indicador, teve apenas 2,4 espetáculos por mil habitantes, o que lhe conferiu uma pontuação de 12, apenas um ponto acima de Guimarães. Onde Braga se destaca é no número de museus por mil habitantes, com 16, alcançando 44 pontos. Guimarães fica-se pelos 2,6 museus por mil habitantes, suficiente apenas para 12 pontos.
Pouca gente com cursos superiores é um problema
A outra categoria em que Guimarães aparece mais bem posicionado é o “Capital Produtivo” (42º), onde obtém 100 pontos no indicador de concentração do valor acrescentado bruto das quatro maiores empresas. A baixa formação da sua população tem sido um problema com que o concelho de Guimarães se debate há décadas e isso reflete-se na 113ª posição em “Capital Humano”.
No concelho, só 16,1% da população com mais de 21 anos tem formação superior. Braga, o sétimo município nesta categoria, tem quase 30% de adultos com formação académica superior, e mesmo Viana do Castelo (55º), tem 20% do sua população, acima de 21 anos, com curso superior.
Fiscalidade Municipal contribui para má classificação
A categoria em que Guimarães apresenta a pior performance é a “Fiscalidade e Endividamento” (119º). Nesta categoria, é o indicador “Derrama Municipal”, em que o Município cobra 1,5%, que baixa a classificação, com a pontuação a ficar em zero. Os concelhos que alcançam 100 pontos neste indicador têm a Derrama em 0%. Note-se que a categoria “Fiscalidade e Endividamento” está quase invertida, com municípios que na classificação geral aparecem no fim da tabela, como os menos competitivos, a surgirem nos lugares cimeiros: Cinfães em primeiro (176º da geral), Sátão, segundo (151º da geral) e Valpaços, terceiro (185º, penúltimo da geral). Lisboa, o município mais competitivo, aparece em 160º lugar no que toca a “Fiscalidade e Endividamento”.

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Na categoria “Habitação”, o Município de Guimarães é o 66º mais competitivo. O indicador em que mais penaliza é o “Fogos licenciados em construções novas para habitação familiar por 10 mil habitantes”, com apenas 42 (2020-2024). No que toca ao “Valor mediano das rendas por 100m2 de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares”, ele é de 575 euros, o que vale 77 pontos. Já o “Valor mediano por m2 das vendas de alojamentos familiares nos últimos 12 meses”, está em 1.358 euros, o que fez com que Guimarães obtivesse 74 pontos, neste indicador.
O Município que lidera o índice, Lisboa, ocupa a primeira posição em três categorias: “Capital Humano”, “Capital Produtivo” e “Cultura e Entretenimento”. A capital ocupa o último lugar na categoria “Habitação” e também surge mal posicionada em “Fiscalidade e Endividamento”. Oeiras, o município que aparece como o segundo mais competitivo, é líder em “Rendimentos das Famílias” e em “Segurança e Justiça” e aparece em segundo lugar no “Capital Humano” e no “Capital Produtivo”. Tal como em Lisboa, em Oeiras a dimensão “Habitação” aparece mal pontuada refletindo o elevado preço das rendas e das casas.
O Porto, alcança a 3ª posição no ranking sem ser primeiro classificado em nenhuma das categorias, mas penalizando menos naquelas onde não está tão bem. Dois segundos lugares, é o melhor que a Invicta alcança, em “Cultura e Entertenimento” e em “Saúde”, a que soma um 3º lugar em “Capital Produtivo”. Onde o Porto pontua pior é na Habitação (169º), apesar de tudo, 17 lugares acima de Lisboa.

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O Instituto Mais Liberdade é uma associação, fundada em 2020, assumindo como missão: Defender os princípios da democracia liberal; fomentar a literacia económica e financeira; promover a paz e o respeito pelas liberdades individuais; contribuir para que os jovens vejam na emigração uma oportunidade de crescimento pessoal; combater o populismo ; lutar contra o tribalismo e o identitarismo; impulsionar uma economia onde prevalece a concorrência e a mobilidade social contra monopólios e redes de privilégios. A associação teve como fundadores Carlos Guimarães Pinto (ex-presidente da IL), Adolfo Mesquita Nunes (militante do CDS-PP, ex-secretário de Estado), e Carlos Moreira da Silva, (administrador no grupo Sonae). Entre os membros do Conselho de Curadores surgem: João Miguel Tavares, jornalista; Alexandre Relvas, empresário; Cecília Meireles (membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP); Fernando Alexandre (ministro da Educação, Ciência e Inovação).
Por Rui Dias.