Bruno Fernandes acusa Executivo de “engavetar” projetos estratégicos
E Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, desafiou o vereador da oposição a apontar um apresentado, que não esteja em andamento.

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O vereador Bruno Fernandes, da coligação Juntos por Guimarães, acusou a maioria socialista de colocar “na gaveta” quatro projetos considerados estratégicos para o desenvolvimento do concelho. Em causa estão a Academia de Transição Digital, prevista para a antiga Fábrica do Alto, em Pevidém, a expansão dos parques industriais de Penselo, Selho S. Lourenço, Avepark e Gandra, bem como diversas intervenções ao nível das acessibilidades rodoviárias.
O vereador sublinha que a retirada destes projetos do plano de empréstimo de médio-longo prazo da autarquia, com a justificação de “baixo grau de maturidade”, confirma que não serão executados durante o atual mandato. Os fundos foram, em alternativa, alocados à requalificação da Escola EB 2,3 de Pevidém. “Este redirecionamento de verbas mostra claramente que estes projetos deixaram de ser prioritários. O presidente da Câmara assumiu que não avançarão neste mandato”, afirmou Bruno Fernandes, reconhecendo o mérito da aposta na escola, mas frisando que tal só foi possível devido à não execução dos outros projetos.
“Não há nenhum projeto anunciado que não esteja a ser preparado para execução”, Domingos Bragança
O presidente da Câmara Municipal de Guimarães reagiu às críticas da oposição, garantindo que “todos os projetos apresentados pelo Executivo estão em desenvolvimento ou já em fase de execução”. “Na reunião de Câmara, pedi ao senhor vereador que me indicasse uma única obra que eu tivesse anunciado e que não estivesse a ser feita, ou que não estivesse com o projeto concluído ou em elaboração. Não conseguiu dar um único exemplo”, afirmou Domingos Bragança.
O autarca utilizou a metáfora de uma “pista de aviões” para explicar o processo de execução: “Os projetos estão em fila, prontos para avançar assim que houver espaço orçamental ou disponibilidade de fundos. Muitos estão prontos e já submetidos a candidaturas a fundos europeus, como os parques industriais e a Academia de Transição Digital.”
O presidente destacou ainda “o esforço do município em captar financiamento externo para garantir a execução de projetos ambiciosos”: “Seria fácil gerir só com o que o orçamento permite, mas trabalhamos incessantemente para captar fundos europeus. Só as três escolas que vamos requalificar representam cerca de 32 milhões de euros. Sem fundos, não seria possível.”
A oposição, pro seu turno, lamenta que “estes projetos tenham sido apresentados há vários anos como estratégicos, mas continuam por executar”. “É um sinal claro de cansaço, de fim de ciclo. Urge uma nova dinâmica no município, capaz de tirar do papel o que é essencial para o futuro económico do concelho”.
Mas o presidente Domingos Bragança assegurou que “não há atrasos ou abandono de projetos”, apenas “uma gestão estratégica e faseada, condicionada pelas exigências legais e pela aprovação do Tribunal de Contas”. “Estamos a usar os instrumentos financeiros que a lei permite, com flexibilidade, para não perder oportunidades de financiamento. É simples: tudo está a ser feito. E reafirmo, não há nenhum projeto anunciado que não esteja a ser preparado para execução”.