Bruno Fernandes: Guimarães tem uma “dinâmica de sala” e não uma “dinâmica de cidade”
Em Guimarães persistem "vários problemas que continuam sem solução", defende Bruno Fernandes.
A alegada falta de desenvolvimento económico foi, mais uma vez, um dos temas em discussão na reunião do executivo municipal desta quinta-feira.
Evidenciando que persistem em Guimarães “vários problemas que continuam sem solução”, Bruno Fernandes questionou a presidente em exercício, Adelina Paula Pinto, sobre o papel das autarquias no desenvolvimento económico dos concelho e que “faz toda a diferença na qualidade de vida dos cidadãos”.
Depois de lembrar a necessidade da criação de uma agência de investimento, que defende há vários anos e que aparentemente “continua na gaveta”, o vereador social-democrata indagou sobre os hectares disponíveis nos parques industriais vimaranenses para albergar novas empresas ou fixar as já existentes, evitando que expandam para outras localidades.
“Ainda estamos a discutir qual o melhor modelo para a agência de investimento quando todos os concelhos à nossa volta têm agências de investimento a funcionar e com resultados práticos”, afirmou em declarações aos jornalistas.
Também o “encerramento progressivo” de lojas comerciais no centro da cidade mereceu a atenção do vereador que considera que o centro da cidade é um “espelho da realidade vivida no concelho”. “Não podemos fazer de conta que isto não é uma realidade. Os negócios não se seguram”, sustentou, exemplificando o recente fecho de uma das lojas junto à muralha.
Na sua visão, Guimarães tem atualmente uma “dinâmica de sala” em vez de uma “dinâmica de cidade”, que também se justifica pela “ausência de estratégia de promoção de desenvolvimento económico” do município que continua a “adiar decisões”.
Apesar de defender que “a ideia de vir à cidade, hoje, já não é tão real”, Adelina Pinto considera “muito preocupante para Guimarães ter lojas fechadas nas supostas ruas comerciais”. “Como é normal, uma loja que fecha deixa numa situação ainda mais débil a loja que está ao lado”, acrescentou.
A vice-presidente da ACT lembrou o projeto dos Bairros Sociais e o trabalho de proximidade que tem desenvolvido com a Associação de Comércio Tradicional de Guimarães (ACTG) e com a Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH).
Ainda assim, defende que “os privados terão que olhar para as suas ofertas e alterá-las para motivar as novas populações. É um trabalho cruzado entre o público e o privado”, referiu.
Relativamente à criação da agência de investimento, Adelina Paula Pinto deu a conhecer que “já foram pensadas várias hipóteses e estão a ser olhados outros territórios com agências do género”.
A vice-presidente nega que Guimarães “não tenha desenvolvimento económico”. Com um número significativo de empresas, dispersas pelo território, garante que “a melhoria e criação de parques industriais são uma preocupação, mas não são uma solução definitiva”, uma vez que muitas empresas querem expandir-se sem sair da sua localidade.
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