Bruno Fernandes: “Plano e Orçamento para 2021 ignora as consequências da pandemia”
O Plano e Orçamento para 2021 foi aprovado com os votos da vereação socialista, na reunião de Câmara da passada segunda-feira, dia 16 de novembro, e "faz da pandemia um problema lateral", afirma Bruno Fernandes.
O Plano e Orçamento para 2021 foi aprovado com os votos da vereação socialista, na reunião de Câmara da passada segunda-feira, dia 16 de novembro, e “faz da pandemia um problema lateral”, afirma Bruno Fernandes.
Estamos a viver uma crise sanitária que “já está a resultar numa crise económica e social”, começa por dizer o presidente do PSD de Guimarães, numa nota enviada às redações. Bruno Fernandes dá o exemplo do desespero dos empresários da restauração e das indústrias ligadas ao turismo e, ainda, os números do desemprego.
Na perspetiva do presidente do PSD, “este plano ignora completamente a principal preocupação do mundo”. Nessa mesma nota enviada, o Partido Social Democrata revela que em tempos “apresentou uma série de propostas que fariam com este Plano e Orçamento para 2021 estivesse de acordo com o problema que atravessamos”.
Entre essas propostas apresentadas estava a redução do IMI, a abdicação da participação do município no IRS em favor dos municípios, a redução do IRC, o apoio às coletividades desportivas, nomeadamente aquelas que têm atividades ligadas à formação e o aumento das transferências para as Juntas de Freguesia, entidades que estão na primeira linha do combate à pandemia.
A nota enviada às redações revela que “das propostas apresentadas pelo PSD vimos que a única que foi acolhida foi a redução do IMI, ainda assim em apenas algumas décimas, de 0,35% para 0,33%”.
“Todas as organizações estão a adaptar os seus planos em função do momento que vivemos. Se formos responsáveis, a preparação do próximo ano tem de ter em conta tudo isto que nos está a acontecer”, alerta Bruno Fernandes.
“O foco de Domingos Bragança é a campanha eleitoral e não o problema que vivemos. Num momento como este, o presidente preocupa-se em visitar estaleiros de construção civil e em fazer-se fotografar. Entretanto o número de infetados no concelho cresce, eventualmente porque a proposta de testar de forma intensiva, que o PSD fez em setembro, não foi acolhida pelo Município. Congratulamo-nos por agora a Câmara ter adotado uma estratégia de testagem massiva, esperamos que não seja tarde. Como não seria tarde para o Município acolher as propostas do PSD para um Plano e Orçamento pensado, não para vencer eleições, mas para ajudar os vimaranenses a enfrentar os problemas provocados pela pandemia”, considera Bruno Fernandes.
Na reunião de discussão do Plano e do Orçamento, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, afirmou que “o enorme volume de obra que se anuncia e para o qual o Município se endividou em 12 milhões de euros, tem de ser feito”, caso contrário “perderiam os fundos comunitários”. Bruno Fernandes revela que “nenhuma das propostas do PSD colocava em causa a execução desses fundos”.
Este Plano e Orçamento para 2021, aprovado pelos vereadores socialistas, “não procura evitar que as famílias e empresas colapsem. Há verbas previstas para funções sociais, mas destinam-se a ser usadas quando as empresas ou as pessoas já não tiverem salvação. Veja-se o exemplo do setor da restauração: pela primeira vez houve uma manifestação em frente ao Município. Estes empresários, para chegar a este ponto, estão desesperados. A Câmara, mais uma vez, só reagiu quando percebeu que o problema tinha uma visibilidade pública que podia ser incómoda”, analisa o presidente do PSD.
Bruno Fernandes faz também uma comparação com a Câmara Socialista de Lisboa, em que “vai constituir um fundo para apoio à restauração. A mesma solução já tinha sido lançada pelo vereador do PSD Ricardo Araújo. Na altura foi mal recebida pelos vereadores do PS, até que seria ilegal o Município apoiar empresas privadas. ‘Será que o presidente
da Câmara de Lisboa encontrou uma lei que não se aplica ao território de Guimarães?’ – Questionou o vereador Bruno Fernandes durante a reunião de Câmara a este propósito.
“Tempos únicos exigem união e medidas especiais, foi por essa razão que o PSD propôs ao presidente da Câmara uma Reunião de Câmara Extraordinária, convidando representantes de todos os partidos com assento na Assembleia Municipal que não integram o órgão executivo,
com um ponto único: Avaliação e discussão de medidas concretas que contribuam para mitigar a pandemia sanitária e económica que afeta o concelho de Guimarães. Ficamos, na segunda-feira, a saber que Domingos Bragança não vê utilidade nesta “Unidade Vimaranense” e que, antes
pelo contrário, acha que deviam estar concentrados nele todos os poderes para gerir a crise sanitária”, conclui Bruno Fernandes, presidente do PSD de Guimarães.
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