A freguesia de Candoso S. Martinho assinalou, no domingo, 22 de junho, um momento simbólico com a inauguração da nova Rotunda do Reboto, que passa a integrar o Memorial da Batalha de S. Mamede, também designado Reboto – Pilar de S. Mamede.

Na ocasião, a presidente da Junta de Freguesia, Odete Lemos, destacou a relevância simbólica do local onde foi implantado o memorial. “Segundo a tradição oral dos habitantes de S. Martinho de Candoso, o termo ‘Reboto’ deriva de ‘Envolto’ e ‘Revolto’. No dia 24 de Junho de 1128, o rio Selho ficou revolto de sangue – o sangue derramado pelos mortos e feridos da Batalha de S. Mamede, travada na Veiga de Creixomil, entre as freguesias de Creixomil, Silvares, S. Tiago e S. Martinho de Candoso”.

A autarca evocou ainda os vestígios deixados pela batalha, perpetuados na memória coletiva: “Bem perto do Reboto há os campos das Filadas e do Mortório. Esses nomes contam histórias. Dizem os mais antigos que, ao lavrar a terra, surgiam restos de espadas e lanças enferrujadas”.

O memorial agora inaugurado é da autoria de Salgado Almeida – médico, artista e natural da freguesia – que agradeceu o apoio da Junta e da Câmara Municipal. Na sua intervenção, descreveu a obra como um símbolo da terra, das armas e do espírito: “É composto por um pilar de granito assente num pedestal, com uma espada de ferro saliente que, no topo, assume a forma de cruz iluminada à noite. Abaixo, uma placa denomina o conjunto como ‘Pilar da Fundação’. No lado oposto, outra placa em ferro homenageia os guerreiros da batalha, com a figura de Afonso no cimo”. Salgado Almeida encerrou a sua participação declamando um excerto de “Mensagem”, de Fernando Pessoa, dedicado a D. Afonso Henriques.

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, reforçou o significado da iniciativa: “Este monumento, esculpido por Salgado Almeida, é uma tradução fiel da Batalha de S. Mamede. A nossa identidade enquanto vimaranenses nasce aqui. E é por isso que continuo a defender que este dia histórico deve ser Feriado Nacional”. Domingos Bragança revelou ainda o desejo de, até 2028, ver erigido um monumento comemorativo da fundação de Portugal em cada freguesia do concelho. “Este é o primeiro. Um motivo de orgulho para todos”.