Carlos Caneja Amorim quer “Agigantar Guimarães, Refundar Portugal e Realar a Europa”

A Associação, Agigantar Guimarães, Refundar Portugal e Realar a Europa, que adianta Carlos Caneja Amorim, tem já representantes em todos os distritos do continente e ilhas, é uma "frente cívica que age, apenas e só, em nome da Justiça e da Sã Coesão Territorial no país. O mais Guimarães foi conhecer este movimento.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

“Agigantar Guimarães processa o Estado e pede indemnização de 5,3 milhões para Guimarães”

A notícia, lançada em julho último, pelo Mais Guimarães e outros órgãos de comunicação social regionais e nacionais, apresentava a associação à sociedade. Entretanto formalizou-se com a designação dos respetivos órgãos sociais. É uma associação que quer trabalhar “em nome da Justiça e da sã Coesão Territorial”.

Para Carlos Caneja Amorim, advogado, militante do PSD e impulsionador deste movimento, para a associação é “doloroso saber que, se um jovem português sonhar ser astronauta, bailarino, ator, jornalista, para o fazer com dignidade – leia-se, com uma remuneração que lhe permita viver e não sobreviver – tem de ir para Lisboa”.
Combater as desigualdades territoriais é uma das bandeiras da associação.

Relativamente à reinvindicação de julho último, a associação aponta a dualidade de tratamento entre Lisboa, Porto e Guimarães, relativamente à manutenção dos equipamentos construídos para as Capitais Europeias da Cultura.

Segundo Carlos Caneja Amorim, o Estado Português, por meio do Ministério da Cultura, tem concedido anualmente 16,5 milhões de euros ao Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e 10 milhões de euros à Casa da Música, no Porto, equipamentos construídos para as Capitais Europeias da Cultura.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Por outro lado, Guimarães nunca recebeu o apoio anual prometido para a manutenção e funcionamento do Centro Internacional das Artes José Guimarães.
Carlos Caneja Amorim argumenta que o Estado “deve ser condenado ao pagamento de um valor mínimo de 5,3 milhões de euros, além de prestações anuais de pelo menos 500 mil euros a partir de 2025, incluindo juros moratórios e compensatórios”.

Associação interpela o Governo sobre falhas na Circular Urbana de Guimarães

Na última semana, a associação apontou baterias à falhas de segurança da Circular Urbana de Guimarães, exigindo a realização imediata de uma Auditoria de Segurança Rodoviária para evitar mais tragédias, uma vez que “as vítimas mortais se acumulam, sem que medidas eficazes tenham sido adotadas”, refere o presidente.

Diz Caneja Amorim que “o número crescente de acidentes fatais poderia ter sido evitado se os rails de segurança tivessem sido colocados ao longo de toda a extensão da via, uma medida simples que poderia ter impedido que veículos se projetassem para fora da estrada, causando mortes e ferimentos graves”, como aconteceu recentemente naquela via, com a morte de um jovem, morador na freguesia da Costa.

Cláudia Pinheira, diretora de comunicação da Associação (à esquerda) e Silvia da Costa Fernandes, advogada, presidente da Assembleia Geral.

A associação fala de um “histórico de dezenas de vítimas mortais que “envergonha qualquer país civilizado”, e critica ainda a “falta de uma resposta adequada por parte das autoridades”, mencionando que “apesar de pressões populares e políticas, as obras de requalificação realizadas até agora são insuficientes para corrigir os graves problemas de segurança rodoviária”.

A associação exige ainda que o teor da Auditoria de Segurança Rodoviária “que a lei impunha que se fizesse”, seja tornado público.
“Estamos apenas no início”, refere Carlos Caneja Amorim, que quer fazer uma “verdadeira revolução” na forma como as pessoas assumem a questão da posse e uso do poder.

“Há um vicio eterno, e ninguém se apercebeu da mentira”, diz.

“Antes, a soberania, vinha de cima para baixo, de Deus, depois já era do próprio rei, que era o sábio, que rodeado da nobreza da toga, exercia o poder.
“Em Democracia, é da mais elementar sensibilidade afirmar que a soberania vem do povo, que é a maior força que existe.

Se é Democracia, o poder é do povo. Se cada invividuo tem poder soberano, não tem direitos fundamentais, tem poder soberano, é político, o poder político está nele. Na minha opinião, a nossa constituição é até inconstitucional. E porquê? Porque está num quadro em que determina que a soberania está em cima e não na base, está descendente e não ascendente, aponta.

Eu sinto que, neste momento devido ao “buraco negro” que suga toda a energia vital do país, que é o Terreiro do Paço, essa concentração está a reduzir as possibilidades de sucesso do país.

Carlos Caneja Amorim diz que “precisamos de uma novo quadro constitucional, em que a soberania parta de baixo para cima, e vá interferir nas relações entre os diferentes órgãos, com maior respeito entre eles”, acrescenta.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

“Casa pessoa, cada freguesia, cada município, cada região autónoma, cada nação tem soberania, sempre em lógica ascendente e partindo do princípio da subsidiariedade e da natureza das funções: à escala base, funções próprias em lógica de eficácia e autoridade das freguesias, municípios e regiões autónomas, com financiamento e poder tributário adequado, proporcional e justo”, defende.

Se não formos temidos não somos respeitados.

Apesar das muitas críticas á capital, o presidente da Agigantar Guimarães salvaguarda que adora Lisboa, “Vivi lá nove anos, devo muito a Lisboa. Mas eu estou a falar do Terreiro do Paço, de quem usa o poder”, vinca. Lisboa tem, a ser ver “excesso de peso, excesso de estrutura” .

Há, defende, a necessidade do poder público ser partilhado por todo o país, com centros de emprego qualificados, e de serviços que o Estado carece mas que não precisam, necessariamente de ser feitos em Lisboa”.

Caneja Amorim diz que “até os lisboetas gostariam de viver numa cidade com mais oferta de habitação e mais barata, e nós teríamos emprego qualificado, remunerações bastante interessantes, e todo o país poderia ter uma qualidade de vida igual ou próxima do que seria o ideal”.

O presidente da associação defende uma “desconcentração, em que funções do Estado são remetidas para o resto do país”, permitindo que milhares de quadros superiores passem a residir noutros concelhos, onde pagariam o seu IRS, comprariam casas de valor considerável, o que se traduziria em mais IMI e mais IMT, bem como mais derrama. Pois, “havendo mais consumo, teríamos mais lucro para as empresas com sede nestes concelhos”.

A arrogância do poder absoluto, e caprichoso e arbitrário vai ajoelhar perante a justiça.

Lisboa, lembra, tem um Orçamento Municipal de mais de um bilião de euros, e o advogado gostaria de ver esse valor baixar para números “mais democráticos e justos”.
Defende o Norte, que precisa de poder mediático próprio, o Norte e Centro, que é onde arranca a atividade da associação, mas que está já presente, com representantes, em todos os distritos do país e nas regiões autónomas.

Nós não temos plano B. Portugal é o nosso pais, é o nosso filho, não queremos abdicar disso.

Mas, se o “poder central não nos respeitar” Caneja Amorim diz que o Norte poderá aproximar-se mais da Galiza, numa “interligação total”, com portos em todo o lado, universidades e na criação de uma realidade factual europeia, num universo de seis milhões de pessoas”.A ideia não é pressionar o poder na capital, mas “talvez passe pela cabeça”, de Caneja Amorm esta solução.

O presidente lembra, como exemplo, a questão da ligação de alta velocidade entre Lisboa – Madrid e Porto – Vigo, em que quando se colocou a questão de priorização, a ligação a norte ia cair. “Quando se coloca o princípio da oportunidade, quando há liberdade de decisão, veja como é que eles nos tramam. Quando é preciso cortar, é sempre o norte”, afirma.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

A defesa da comunicação social é outra das bandeiras da associação, pela “ocupação do espaço mediático num tempo de fake news. Nunca foi tão importante como agora”, diz. Os órgãos de comunicação social, “se não fizerem chegar à população a verdade dos factos, nós poderemos estar em perigo. Nós precisamos de uma comunicação social séria que sindique a verdade dos factos”, acrescenta, defendendo que “tem que haver financiamento publico à comunicação social. A nível regional, o apoio deve ser decidido pela Assembleia Municipal, “garantindo liberdade de ação, poder e dignidade”.

Nesse sentido, a Agigantar Guimarães, Refundar Portugal vai apresentar a proposta “em breve” ao Parlamento português, a todas as Assembleias Municipais e Governos Regionais.

Já relativamente à sua atividade política, dentro do PSD, Caneja Amorim diz que quando entra na política entra “inteiro, não consigo ser falso, não consigo mentir. Quando eu não concordo, não concordo mesmo”.

E confirma o mal estar que tornou público aquando da não indicação de André Coelho Lima, por Guimarães, na lista de deputados à Assembleia da República, e que se mantém.

Carlos Caneja Amorim aponta uma “linha que ultrapassaram” os atuais dirigentes locais, distritais e nacionais do partido, “e eu não quero ter nada a ver com eles”.
Com a aproximação das eleições autárquicas, que acontecerão daqui a um ano, Caneja diz que o seu candidato ideal seria André Coelho Lima, que teria probabilidades de vitoria, “reais e concretas, mas agora está noutro plano”. Como alternativa, e como defendeu nos órgãos do partido, a Bruno Fernandes deveria ter sido dada uma segunda tentativa.

Estarei sempre ao lado do meu partido. O meu avô era social democrata e foi ele quem me ensinou que este era o partido do bom senso

Quanto às eleições, diz que o desafio de Ricardo Araújo é difícil porque há um novo PS em Guimarães, que é representado por Ricardo Costa, que “tem a vantagem de ter lutado contra o PS instalado e o ter vencido”.

Apresentação em outubro

A Agigantar Guimarães, Refundar Portugal terá uma apresentação formal em outubro, com a apresentação de um livro-manifesto de Carlos Caneja Amorim, “Simone Veil – Evangelho Noturno”, um livro que parte do pensamento intelectual das mulheres.
Serão cinco mulheres e cinco livros.

 

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