Catarina Silva e João Pedro: Do segredo ao casamento que encantou Pevidém
Catarina Silva e João Pedro organizaram o seu casamento num mês e permitiram que apenas cinco pessoas tivessem conhecimento da cerimónia.

No dia do 77.º aniversário do Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém, os noivos surpreenderam toda a gente presente na tradicional Missa do Rancho e casaram “à moda antiga”.
Deixaram o vestido e o fato que estamos habituados a ver de lado e decidiram subir ao altar numa cerimónia especial para Pevidém e para o Grupo Regional Folclórico e Agrícola da vila. Sem convites formais para deixar as pessoas de boca aberta durante a cerimónia, o casamento de Catarina Silva e de João Pedro encantou Pevidém e teve uma grande repercussão por entres os grupos folclóricos locais, nacionais e internacionais.
A ligação dos noivos ao rancho
Catarina Silva nasceu no Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém, visto que já frequentava os ensaios e atuações dentro do ventre da sua mãe. Posteriormente, quando conheceu o seu noivo, Catarina Silva convenceu João Pedro a começar a dar uns passos de dança no grupo musical de Pevidém. Natural de Santo Tirso, João Pedro aderiu, começou “a praticar em casa e já está dentro do grupo há dez anos”, explica.
A vida dos noivos “é o folclore” garante Catarina Silva: “Os nossos amigos e a nossa família fazem parte do folclore. Chegamos a um ponto que nem temos atuações mas arranjamos maneira de fazermos algo enquanto grupo, porque se não houverem ensaios, sentimos que falta algo”, expressa a noiva.
Apenas cinco pessoas sabiam aquilo que se passaria dentro da Igreja de Pevidém no feriado do 25 de abril: Catarina Silva (a noiva), João Pedro (o noivo), Ana Machado (presidente do Rancho), o padre Paulo Neiva e a mãe da noiva. Num segredo que encantou toda a vila vimaranense, o casamento foi preparado apenas durante um mês.
Catarina Silva e João Pedro casaram por civil a 26 de março mas não se quiseram ficar por esse momento. Ambos queriam fazer um casamento “muito simples” e a noiva não pretendia ir para uma habitual quinta “porque seria um investimento que não me fazia feliz”, conta.

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Com o sonho de “casar trajada” e colocando de parte “outras hipóteses”, a noiva falou com João Pedro, que ponderou mas acabou por aceitar casar na igreja da vila a 25 de abril, que culminou no dia do 77.º aniversário do Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém, durante a tradicional Missa do Rancho, uma sessão com músicas religiosas cantadas pelo folclore.
“Intraquilos” em relação à preparação do casamento visto que tinham de o “idealizar” em 30 dias, Catarina Silva e João Pedro tiveram a ideia de fazer uma surpresa e encantar os presentes no espaço religioso. Os noivos entraram em contacto com o pároco Paulo Neiva e este “mostrou-se interessado, aceitou e ajudou em tudo o que conseguiu”, sublinha Catarina Silva.
De forma “espontânea”, apenas um mês bastou para o casamento de Catarina Silva e João Pedro se realizar sem que mais ninguém soubesse. A título de curiosidade, o padrinho do casamento apenas soube que o seria alguns minutos antes da cerimónia, conta a noiva.
O dia do casamento passou de um segredo para uma história que encantou a vila
Naquela que seria, na visão de todos os presentes, apenas uma tradicional Missa do Rancho, Catarina Silva e João Pedro foram os últimos do desfile a entrar na igreja, juntamente com o padre. Foram colocados no meio e o nervosismo foi o sentimento que estava à flor da pele, frisam os noivos. Naturalmente, ambos não conseguiam prever a opinião daqueles que estavam presentes e tinham medo que as pessoas estivessem algo incomodadas com o casamento numa cerimónia religiosa tradicional, ressalvou João Pedro.
A surpresa para os presentes foi tanta que muitas das pessoas apenas se aperceberam que era um casamento “quando entraram as alianças”, explica Catarina Silva.
Apesar de ser um casamento diferente, a saída dos noivos da igreja de Pevidém foi idêntica aos habituais. A mãe da noiva preparou algumas flores e arroz para que as pessoas atirassem à porta do espaço religioso. Nesse momento, Catarina Silva e João Pedro depararam-se com “muita gente da freguesia e que acompanha o Grupo Folclórico e Agrícola de Pevidém. Todos nos deram os parabéns por ser algo que nunca assistiram. Claramente gostaram”, garante a noiva.
De muitos dias que podiam escolher para o casamento, ambos escolheram um dia especial para o rancho mas também para Catarina Silva. Há dois anos, a noiva esteve em coma devido a um problema de saúde e o Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém “também sofreu muito com isso. Se havia dúvida que é a minha família, ali perdi essa dúvida”, expressa a jovem.
No dia do aniversário do rancho, o grupo musical não “iria fazer a atuação pela situação vivida” no seio da estrutura, explica Ana Machado. Contudo, João Pedro e a mãe da Catarina foram fortes e incentivaram o Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém a atuar. Posteriormente, Catarina Silva melhorou e hoje está saudável.

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A presidente do Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém expressa que a cerimónia “foi um orgulho para o rancho, porque demonstrou aquilo que os noivos são. Nem foi mais relevante o casamento nem a Missa do Rancho porque o padre abordou os dois. Todos ficaram felizes. E teve vantagens porque não gastaram dinheiro no jantar (risos)”, acrescenta Ana Machado.
Posteriormente, a cerimónia também foi diferente. Catarina Silva e João Pedro, bem como os convidados, não seguiram para uma quinta mas sim para a sede do grupo musical, onde as bifanas os esperavam para o almoço: “Não era o vestido comprido e a mesa cheia de comida que nos ia fazer mais felizes. Fui mais feliz assim, ao chegar à sede, comer uma bifana e o bolo de aniversário do Rancho, porque rapidamente tínhamos de ir para a atuação na Praça Francisco Inácio”, explica a noiva.
Num evento “simples, espontâneo e à moda antiga”, o casamento terminou por volta das duas da manhã, explica Ana Machado.
O convite foi feito através das redes sociais mas sem nunca indicar o motivo da cerimónia
Naturalmente, Catarina Silva e João Pedro gostariam que todas as pessoas próximas estivessem presentes, mas o convite formal estragaria a surpresa e seria “injusto” para alguns. Assim, a solução encontrada foi um convite feito através das redes sociais em que a noiva “disse para todos apareceram na missa, porque seria bonita e diferente. Alguns vieram, outros não, mas tínhamos de fazer assim.”
Também a dirigente do Grupo Folclórico e Agrícola de Pevidém considera que o convite formal “seria injusto porque o próprio grupo não sabia de nada. Foi espontâneo.”
Todavia, para aqueles que não marcaram presença, os noivos organizarão uma festa para partilhar o vídeo do casamento a quem quiser ver quando o tempo melhorar.
O casamento, pouco habitual de se ver nos dias de hoje, “teve grande repercussão nas redes sociais e teve um bom feedback por parte das pessoas da vila e mesmo fora dela”, garante João Pedro. O noivo até frisou, em tom de brincadeira, que os dois “pareciam famosos em Pevidém”. A cerimónia mereceu o reconhecimento e a partilha de vários grupos folclóricos vimaranenses, nacionais e até internacionais.
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