CAUTELA E CABEÇA FRIA

Por António Rocha e Costa.

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por ANTÓNIO ROCHA E COSTA
Analista clínico

Passaram 100 anos desde que o terrível flagelo designado por gripe pneumónica ou gripe espanhola assolou o mundo, tornando-se na maior pandemia do século XX.

As estatísticas da época referem 50 milhões de vítimas mortais em todo o mundo e 334 no concelho de Guimarães. Desde então, as condições de vida das populações melhoraram substancialmente, no que concerne à higiene e à alimentação; o arsenal terapêutico é hoje muito mais eficaz e a informação tornou-se muito mais rápida e global.

E, no entanto, sempre que surge um novo vírus, gerador de uma pandemia como aquela que o mundo enfrenta no momento actual, nós, os humanos, declaramo-nos impotentes, qual pequeno David perante o temível Golias. E então, reduzidos à nossa insignificância, vergados perante um ser microscópico, tentamos repetir as velhas receitas para fazer frente às novas ameaças. Há cem anos procedia-se ao isolamento dos doentes e recomendava-se o arejamento e limpeza dos espaços, ao mesmo tempo que se proibiam as missas, os espectáculos e as feiras, ordenando-se o encerramento das escolas e de outros estabelecimentos, de modo a impedir a concentração de pessoas e a consequente propagação do vírus. Nos tempos actuais, as medidas e as recomendações são practicamente as mesmas.

No momento em que alinhavo estas linhas, não há casos registados do coronavírus (covid-19) na cidade de Guimarães, mas não tenhamos ilusões, pois é apenas uma questão de tempo, pois o “mafarrico” já ciranda aqui à volta, de braço dado com Tanatos, em busca das vítimas facilitadoras.

Perante a realidade, não adianta entrar em pânico, como não é boa ideia relativizar o problema. Com cabeça fria, devemos tomar todas as cautelas, activar os procedimentos recomendados e esperar que a “coisa” passe, ou que entretanto cheguem armas terapêuticas mais eficazes ou a milagrosa vacina. Por favor não stresse. Ocupe-se a contemplar as paisagens campestres que neste dealbar da Primavera se vestem das mais variadas e fantásticas (como diria Trump) tonalidades ou a escutar as celestiais melodias das aves canoras, não esquecendo que “a seguir à tempestade, vem sempre a bonança”, ou que “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”.

Para terminar, e já que a nova pandemia teve origem na China, permitam-me que cite Sun Tzu, alegado autor de “A Arte da Guerra”, que terá vivido no reino de Qi, por volta do ano 500 a.C.

Sun Tzu disse: Em geral, quem ocupa primeiro o campo de batalha e espera pelo inimigo está descansado. Quem chega mais tarde e se precipita no combate está fatigado. Aqueles que são hábeis na guerra, conduzem ao campo de batalha o inimigo e não se deixam por ele conduzir. (…) Quem conhece o inimigo e se conhece a si mesmo, em cem batalhas nunca será derrotado.

 

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