Centro de controlo de satélites do Atlântico avança em Guimarães

Domingos Bragança concorda que o concelho precisa de uma agência para a captação de investimento, mas já não vai acontecer nos meses que lhe restam como presidente da Câmara.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Foi, esta segunda-feira, dia 14, aprovada na reunião de Câmara descentralizada nas instalações da J. Pereira Fernandes, a constituição de uma associação – Guimarães Space HUB – para a promoção do setor aeroespacial, entre o Município, a Universidade do Minho (UMinho) e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEIIA).

A constituição de uma agência para captar investimento voltou a ser invocada como uma prioridade pelo vereador social-democrata, Ricardo Araújo, que teceu duras críticas ao ex-vereador com o pelouro do Desenvolvimento Económico, Ricardo Costa. O presidente da Câmara, Domingos Bragança, concordou com a necessidade de uma estrutura mais ágil para tratar da diplomacia económica, mas reconheceu que “já não será no meu mandato”.

O protocolo entre o Município, a UMinho e o CEIIA, destina-se a desenvolver o Centro de Operações do Atlântico, que controlará o conjunto de satélites “Constelação do Atlântico”, que será construído pelo consórcio liderado pela empresa Geosat. Esta empresa tem instalações em Valladolid (Espanha), onde desenvolve a sua atividade relacionada com a observação da Terra. Domingos Bragança sublinha a cooperação que este projeto vai proporcionar entre Guimarães, a região Norte de Portugal como um todo (representada pela CCDR-N) e o “Ayuntamento” de Valladolid e a região de Castilla-Leon.

“Aquilo que me deixaram na área da Cultura eu estou a deixar no campo da indústria e do desenvolvimento”, frisou o presidente da Câmara. Aos três sócios promotores desta associação juntar-se-ão, mais tarde, outros convidados, que o autarca preferia que fossem principalmente empresas, mas que também poderão ser outras universidades.

Domingos Bragança olha para o Guimarães Space HUB como uma forma de reter os jovens que se vão formar na UMinho, em cursos como Engenharia Aeroespacial, Ciência de Dados e nas áreas dos novos materiais. “O talento não é retido porque queremos. É preciso criar condições para os investigadores entrarem em grandes projetos”, referiu.

Ricardo Araújo e Domingos Bragança concordam que é preciso agilizar a diplomacia económica

Na opinião do vereador do PSD, Ricardo Araújo, “o PS só apresenta projetos, estudos e imagens”. O vereador referia-se aos anúncios das obras na Escola EB 2,3, da adaptação da Fábrica do Alto para instalação da Academia de Transição Digital e da requalificação do centro cívico de Pevidém. Na área económica, o vereador social-democrata reforçou a necessidade de uma agência para captação de investimento, como entidade externa ao Município, uma proposta que já defende há algum tempo.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

“Os oito anos de Ricardo Costa à frente do pelouro do Desenvolvimento Económico, foram anos perdidos. Talvez por isso ele foi dispensado pelo presidente da Câmara”, referiu o putativo candidato do PSD à Câmara de Guimarães, relativamente ao seu rival socialista na corrida eleitoral.

Domingos Bragança concedeu que a criação de uma agência para “flexibilizar” certos processos relacionados com a captação de investimento, “até é boa ideia”. Todavia, o edil afirma que o processo esbarrou em questões legais relacionadas com a necessidade de demonstrar ao Tribunal de Contas que o organismo tinha viabilidade financeira e que iria fazer um trabalho que não estava já a ser feito pela Câmara.

O presidente da Câmara defendeu o trabalho que tem vindo a ser feito pela Divisão e Desenvolvimento Económico do Município, “que anteriormente não existia”, sublinhou. O autarca deixou claro que a criação de uma entidade externa para implementar a diplomacia económica do concelho, já não será tarefa para o que resta deste seu último mandato que termina em outubro do próximo ano.

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