Centro de Hemodinâmica: “Qual o obstáculo, afinal?”

Enquanto que o serviço de Hemodinâmica do Hospital de Guimarães, pronto há mais de três anos, continua sem entrar em funcionamento, o Mais Guimarães sabe que o Hospital de Braga vai reforçar, em breve, a sua capacidade de resposta nesta e noutras áreas clínicas.

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Enquanto que o serviço de Hemodinâmica do Hospital de Guimarães, pronto há mais de três anos, continua sem entrar em funcionamento, o Mais Guimarães sabe que o Hospital de Braga vai reforçar, em breve, a sua capacidade de resposta nesta e noutras áreas clínicas.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Dois milhões e meio de euros é o valor que está investido no Centro de Hemodinâmica do Hospital de Guimarães que, volvidos mais de três anos desde que está operacional, continua sem funcionar.

Decorria o ano de 2015 quando Liga de Amigos do Serviço de Cardiologia do HSOG e o Rotary Clube de Guimarães iniciavam a campanha de angariação de fundos para a compra dos equipamentos para o serviço de Hemodinâmica.

Na altura, vários mecenas vimaranenses, empresários e a autarquia, uniram esforços para adquirir o equipamento de cardiologia que pode não só salvar vidas, como também aliviar a pressão no Hospital de Braga para onde são encaminhados os utentes da região.

Num balanço feito em 2019, António Lourenço, diretor do serviço de cardiologia do hospital vimaranense, referia que a unidade hospitalar recebia cerca de “cerca de 1.000 a 1.200 cateterismos” por ano, utentes que podiam ser tratados no Serviço de Hemodinâmica do Hospital de Guimarães, caso este estivesse em funcionamento.

A verdade é que desde 2018 que o impasse continua e ainda não há data marcada para a entrada em funcionamento do serviço.

Em junho de 2021, aquando da visita do presidente da ARS Norte, Carlos Nunes, acompanhado pelo diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde, Filipe Macedo, “ficou a sensação de que esse seria um assunto a ser resolvido em muito pouco tempo”, contou ao Mais Guimarães fonte hospitalar.

O atraso de mais de três anos na entrada em funcionamento do serviço tem dificultado a atividade diária na UCIC- Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos.“É extremamente difícil sobretudo para a gestão dos recursos humanos, já que os doentes que necessitam de serem transportados paraoutras unidades para receberem estes cuidados,internados com enfarte de miocárdio, têm que se fazer acompanhar de médico e enfermeiro, para Braga ou Vila Nova de Gaia, o que leva também ao cancelamento de consultas e atos médicos”, referiu a mesma fonte ao Mais Guimarães.

“Felizmente, no último ano não morreu ninguém”, diz-nos. No entanto, “quando isso acontecer iremos certamente lamentar ainda mais não termos o serviço a funcionar neste hospital”. Este é um serviço, acrescenta, que “todos já perceberam que faz sentido em Guimarães e é baseado nas necessidades da população servida por este hospital”.

Aparentemente, apenas falta a alteração da referenciação, algo que “não é nada complicado”, já que é normal sofrer alguns ajustes ao longo do tempo, tratando-se de um “documento técnico” sem grande complexidade. O que faltará é “publicar o documento”. Se os papéis estão assinados e politicamente há o compromisso, de que estamos à espera? Questiona.

A nossa fonte garante, no entanto, que a comunidade médica percebe que o município se tem empenhado para resolver essa situação, e que “se sentirão certamente impotentes perante os sucessivos atrasos” que se tem verificado.

No entanto, a explicação poderá estar, adianta-nos fonte hospitalar, num acordo que “já está estabelecido entre o Hospital de Braga e uma empresa fornecedora de dispositivos médicos para a criação de uma nova sala de hemodinâmica naquela unidade de saúde, com a empresa a suportar 70% do investimento”.

Em resposta às questões lançadas pelo Mais Guimarães, não clarificando a questão do investimento, fonte do hospital bracarense refere que aquela unidade “tem autorização” e que ali “funciona numa única sala de hemodinâmica e que irá manter esta dotação”.

No entanto, o Hospital de Braga pretende “reforçar a capacidade de angiografia de intervenção através de uma nova sala para as especialidades de Gastrenterologia e Cirurgia Vascular, aumentando assim a disponibilidade da sala de Neurorradiologia. Simultaneamente, planeia garantir as melhores condições técnicas da sala de Eletrofisiologia e Pacing, com a renovação dos equipamentos”.

Tal permitirá, ao Hospital de Braga, “aumentar também a capacidade para a realização de cateterismos cardíacos/Hemodinâmica”, assegura-nos um especialista nesta área.

Entre a comunidade hospitalar continua a “estupefação com a demora”. Após os anúncios e as notícias tornadas públicas há cerca de quatro meses, aquando das eleições legislativas, “considerávamos que, nesta altura, o serviço já estaria, finalmente, em funcionamento. Mas não”.

Qual o obstáculo, afinal? Questiona.

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