Os pequenos alunos, no primeiro contacto com a escola, trazem uma alegria contagiante aos corredores do Colégio. Fomos perceber a transformação com Isabel Matos, a diretora pedagógica.

Em 2016, previa-se o pior com o fim dos contratos de associação. No entanto, continuam de pé…

Às vezes, as crises são oportunidades para se criar algo novo e um bocadinho mais disruptivo até. Foi nessa altura que criamos este projeto privado, porque, até aí, nós tínhamos as turmas sempre cheias. Os pais percebiam que esta era uma escola gerida por pessoas que eles conheciam, e isso fazia uma diferença enorme. Aqui temos um corpo docente muito estável, essa pode ser uma das razões que os pais apreciam quando escolhem esta escola. Mas, acima de tudo, percebem que, de facto, temos muita experiência no ensino.

E em que se destaca o Colégio?

Temos um projeto diferente daquilo que as escolas públicas têm e, eventualmente, também diferente de outros colégios particulares. Há marcas importantes na nossa escola, desde logo a relação entre a escola e as famílias. Esta é uma casa aberta e há um ambiente muito familiar.

Destaco, desde logo, o inglês, não sendo uma escola bilingue, queremos ser uma escola onde os alunos se sintam bem preparados e o inglês é essencial. Temos a disciplina de inglês normal, utilizando a metodologia Cambridge, mais eficaz, sobretudo no que diz respeito à oralidade e à comunicação. Em História, ou Ciências, aplicamos o Integrate English. Ainda no inglês, sendo extracurricular, temos também a Escola de Línguas Cambridge, os nossos alunos podem frequentar as aulas nesse modelo e fazerem os exames certificados.
Dentro do currículo, temos também a disciplina de TIC, em que avançamos para a programação e para a robótica. Ainda a disciplina de cidadania, em que os alunos trabalham muitos projetos que têm a ver com valores que são importantes, como a amizade, a solidariedade ou a preservação do meio ambiente.

Há mais vantagens para as famílias em colocarem os filhos aqui?

Várias. Há a questão da segurança, que é uma coisa que nos preocupa muito e aos pais também, e aqui levamos isso muito a sério. Temos os nossos transportes, que é outra mais-valia, e os pais não têm que os vir buscar, nem têm que os vir trazer. Temos uma rede bem definida que passa por Guimarães, Famalicão, Vizela ou Vila das Aves. No arranque do próximo ano letivo, uma aplicação que estamos a preparar permitirá aos pais perceberem a que distância está o transporte dos filhos.

Quanto a outras atividades extracurriculares, o Colégio destaca-se em algumas, entre as quais o xadrez, formando verdadeiros campeões, e ultrapassando as barreiras do colegio, sendo uma referência. Mas há outras, que podem variar de acordo com o interesse dos alunos.

E quanto ao primeiro ciclo? Como decidem avançar para esta oferta educativa para os alunos mais novos?

A ideia é oferecer aos pais alguma coisa de novo, mas não oferecer só porque é novo. Queremos um projeto de sucesso.
Também tivemos muita sorte com a professora Emília que, de facto, tem vocação, para trabalhar e envolver os alunos destas idades de uma maneira muito diferente. Estamos realmente muito, muito satisfeitos com os resultados deste primeiro ano, e os pais estão muito satisfeitos também.

O regresso ao 1º ciclo ao Colégio Didáxis

Promover o desenvolvimento harmonioso, com o assimilar de conhecimentos e de valores, desde o primeiro contacto com a escola é o objetivo da direção do Colégio Didáxis.

Emília Pinto, a professora que desde setembro coordena a implementação deste novo projeto educativo “fora da caixa”, mostra-se radiante com esta transformação e com os seus resultados.

Os alunos, no arranque do primeiro ano do projeto, não foram muitos. Mas em setembro próximo, para o segundo ano, outras crianças integrarão a turma que se tornou num exemplo.
E o que tem de especial? Fomos descobrir.

“Eu quero preparar pessoas capazes. Não quero alunos só excelentes. Quero ajudar a formar pessoas excelentes em todas as suas dimensões”.

A porta da sala está aberta, e está assim sempre. Os alunos estudam e realizam as todas as atividades, descontraídos enquanto a música clássica os relaxa e inspira. Ao centro da sala vemos uma árvore com desenhos pintados e que lembram momentos importantes do ano que decorre. Num canto, o espaço de leitura, outro de relaxamento e mais um para as expressões artísticas. Do outro lado há um piano, nunca se sabe quando apetece a algum dos alunos ou à professora dar asas à inspiração. Há textos, e livros também, em inglês, no “English Corner”.

“Os alunos têm cerca três horas de Inglês por semana, sendo estas maioritariamente lecionadas por outro professor, eu leciono uma aula por semana de estudo do meio em Inglês também”, conta Emília Pinto.

Também a Educação Musical ou Educação Física, que integram o currículo dos pequenos alunos, é ministrada por professores especializados. O segredo, adianta Emília Pinto, passa, desde logo, “por ter uma equipa muito bem escolhida, com ótimos professores, muito simpáticos e humanos”.

Na sala, a liberdade dos alunos combina com responsabilidade, que estes assimilam naturalmente. Há uma certa democracia. Quando terminam os trabalhos, podem escolher outras atividades para desenvolverem na sala, do seu interesse, autonomamente.

“Eles são livres, mas têm responsabilidade total sobre os passos que dão aqui dentro. E mesmo em casa, os pais não têm que se preocupar com nada, nem sequer intervir nos trabalhos de casa”, diz a docente.

Essa responsabilização, de que eles gostam, acrescenta Emília Pinto, dá-lhes a possibilidade de terem iniciativa, de tomarem posições, e isso é muito bom, para eles, para o seu desenvolvimento, para a autoconfiança, e também para as famílias. E isso nota-se, por exemplo, no Clube dos Pequenos Leitores. Estes alunos visitaram já outros estabelecimentos de ensino lendo, orgulhosamente, para crianças da mesma idade. “São crianças que gostam de ler, escolhem livros, trocam livros, brincam com os livros é mesmo bonito”, diz a professora.

No Colégio Didáxis têm também excelentes condições, equipamentos para a prática de atividade física em pavilhão ou ao ar livre. E para os mais novos há também uma Horta Biológica, com uma série de coisas plantadas, e que vão acabar por comer na escola ou em casa. Há ainda uma árvore, que os alunos plantaram e que os acompanhará durante os doze anos que irão frequentar o Colégio até ao momento em que terminarem o seu percurso.

Naquela manhã, quando Emília chegou à Didáxis, os meninos estavam reunidos, com alunos mais velhos, a jogar xadrez. A modalidade tornou-se um estandarte do Colégio Didáxis, com praticantes de todas as idades.

Com o passar dos anos, este projeto, esta nova forma de ensinar envolvendo o aluno, dará os seus frutos, acabando por contagiar toda a instituição de ensino. No fundo, há uma espécie de “revolução” a acontecer no Colégio Didáxis, em Riba de Ave.
Em julho, o Colégio vai voltar a abrir as portas à comunidade, para que alunos do primeiro e segundo ciclos possam participar, gratuitamente, em workshops diversos, de arte, música, de desporto, ciência, português ou inglês.

Emília Pinto desenvolveu outras atividades ao longo da sua vida profissional, talvez por isso tenha uma visão diferente do que é a vida: “Eu quero preparar pessoas capazes. Não quero alunos só excelentes. Quero ajudar a formar pessoas excelentes em todas as suas dimensões”.