Comissão de Acompanhamento da Capital Verde reuniu pela primeira vez
Guimarães está a preparar caminho para Capital Verde Europeia (CVE) 2026 e a primeira reunião da Comissão de Acompanhamento decorreu a 11 de abril, no Laboratório da Paisagem.

O Plano Estratégico da CVE2026 assentou nas premissas de que 2025 será um ano de preparação intensiva, com etapas para assegurar a implementação eficaz do programa da CVE 2026, pelo que ficou definida a criação de uma Unidade de Missão CVE2026 composta por uma Direção Executiva, quatro comissões (Comissão de Honra, Comissão Científica, Comissão da Comunidade e Comissão de Acompanhamento), uma equipa de comunicação e uma equipa financeira.
Seguiu-se uma apresentação por parte de elementos da Direção Executiva – Isabel Loureiro, Carlos Ribeiro e Dalila Sepúlveda – que delineou a visão do projeto. Entre os objetivos estratégicos, destacaram-se a mobilização cidadã, a capacitação do setor privado, o reforço da coesão urbano-rural e a projeção internacional de Guimarães. O programa, ancorado nos pilares do clima, educação, saúde, ciência, inovação e celebração em comunidade, assenta numa abordagem sistémica e transversal, onde a mobilidade sustentável será tema estruturante. Foi ainda apresentado um calendário provisório de atividades, com destaque para dois momentos-chave: a assinatura da carta de intenções junto da Comissão Europeia, na Green Week 2025 (05 a 08 de junho) e a realização do Energy Cities Annual Forum, em abril de 2026, em Guimarães, que reunirá em Guimarães mais de 200 cidade europeias.
A vereadora Adelina Pinto, da Direção Executiva, destacou o “trabalho diplomático que Guimarães tem vindo a desenvolver junto das cidades geminadas e de redes internacionais, como a UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa”, propondo que seja promovida a assinatura da denominada “Carta de Guimarães”, como um compromisso internacional para replicar as boas práticas de Guimarães, entre outras, rumo à descarbonização e sustentabilidade ambiental.
Na componente de inovação, o vereador Paulo Lopes Silva apresentou projetos em curso no âmbito da Agenda Be.Neutral, ainda a criação de uma plataforma digital de mobilidade urbana que permita gerir um conjunto de soluções como a utilização de veículos autónomos, intermodalidade e entregas sustentáveis. Já a vereadora Sofia Ferreira, e membro da Direção Executiva, abordou o projeto-piloto financiado pela NetZeroCities, a implementar no Bairro C, destacando a criação de uma “comunidade de energia” como uma das ações a levar à prática, de que “o projeto de cobertura com painéis solares do recinto da feira semanal é um exemplo”.

© CMG
Consenso político
O momento das intervenções de alguns membros da Comissão de Acompanhamento presentes refletiu um consenso político alargado, reconhecendo a liderança determinante de Domingos Bragança e das equipas envolvidas na conquista do título europeu. Ricardo Araújo, presidente da concelhia do PSD e vereador, sublinhou a importância de mobilizar a comunidade e o setor privado, destacando o impacto competitivo das exigências ambientais e a oportunidade para se comunicar Guimarães. Ricardo Costa, presidente da concelhia do PS, reforçou a importância do legado, defendendo uma “visão multinível” que integre oportunidades económicas, como “a criação de um sistema de créditos de carbono que beneficie, do ponto de vista financeiro, o esforço realizado pelas empresas na descarbonização, para além de outras vantagens associadas ao processo”.
No que diz respeito aos líderes das bancadas da Assembleia Municipal, André Almeida, do partido CHEGA, propôs formação ambiental para o setor privado. Sónia Ribeiro, do Bloco de Esquerda, defendeu a importância da partilha de informação para que, além do consenso político já alcançado, possa haver mais pensamento crítico, e destacou o papel que o setor privado deverá ter na promoção de práticas responsáveis e transparentes.
A encerrar a reunião, Domingos Bragança respondeu à questão “O que ficará de duradouro?”, formulada por Sónia Ribeiro, dizendo que a CVE 2026 “será um tempo de celebração e de enorme visibilidade de Guimarães para toda a Europa e tem a forte convicção da irreversibilidade do caminho da sustentabilidade ambiental de Guimarães, de uma cidade um Planeta, e que, como sempre disse, é importante a distinção, mas tão ou mais importante é o caminho que estamos coletivamente a percorrer”.
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