Covid-19: autarquias passam a não poder divulgar número de infectados

Segundo os autarcas que se mostram contra esta diretiva, está em causa a ação no terreno.

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A divulgação diária da estatística local passa a estar vedada. Informação está restringida aos dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico atualizado diariamente.

© DR

O Ministério da Saúde recomendou, esta sexta-feira, às estruturas autárquicas e as instituições locais que não divulguem o boletim epidemiológico municipal para a covid-19. Até agora, os números reportados pelos jornais locais eram disponibilizados pelas câmara municipais. No caso de Guimarães, os dados com o número de casos infetados e em vigilância ativa tinham como fonte o ACES do Alto Ave.

Assim, a partir deste sábado, a informação restringe-se aos dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico atualizado diariamente.

Várias autarquias já manifestaram o seu desagrado com esta recomendação e dão indicações que vão desafiar as ordens do Governo. A Câmara Municipal de Espinho anunciou que não prescindirá do direito de informar diariamente a população sobre a evolução epidemiológica local da pandemia da covid-19, apesar das instruções em contrário por parte do Ministério da Saúde.

Segundo os autarcas que se mostram contra esta diretiva, está em causa a ação no terreno, já que, segundo o presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, sem “os dados concretos em cima da mesa”, tomar “as decisões que são mais adequadas” pode tornar-se mais difícil.

Em declarações à TSF, o autarca de Boticas, Fernando Queiroga diz que “esta norma e orientação da senhora ministra é tudo o que não se deve fazer numa situação destas”.

Sem as diretrizes dos delegados de Saúde, os presidentes de câmara passam a receber os mesmos dados que são enviados uma vez por dia, por volta das 12h00, aos orgãos de comunicação social. Os boletins estão disponíveis para consulta no site DGS. Por norma, os documentos indicam que são revelados apenas uma fatia dos casos notificados, por falta de “informação fidedigna”. “A informação apresentada refere ao total de notificações clínicas no sistema SINAVE, correspondente a78% dos casos confirmados”, pode ler-se, a título de exemplo, no boletim divulgado esta sexta-feira.

Notícia actualizada às 14:25: o verbo utilizado no primeiro parágrafo foi alterado de “proibiu” para “recomendou”.

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