Cristina Teixeira: “A presença nestas feiras é um compromisso importante para criarmos coisas novas”
De 14 a 17 de janeiro, a cidade de Frankfurt, na Alemanha, vai receber a Heimtextil 2025, uma das maiores feiras internacionais dedicadas aos têxteis-lar. Guimarães, cidade com uma forte tradição no setor de têxteis-lar, será representada por 36 empresas, das 58 empresas portuguesas que irão participar na feira.

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Cristina Teixeira, CEO da CrisHome, marca presença neste evento há mais de 20 anos e partilhou com o Mais Guimarães as suas expectativas para esta edição do evento. Apesar das edições anteriores terem apresentado uma diminuição no número de visitantes, a empresária mantém a esperança de que este ano a feira seja melhor. “Espero muito honestamente que seja melhor. É uma feira que tem estado a decrescer. Já vou a esta feira há mais de 20 anos, não como CrisHome, e de ano para ano temos assistido ao declínio na afluência de visitantes. Espero que este ano seja mais positivo”, afirmou.
A diminuição de público, segundo Cristina, está diretamente relacionada com o alto custo de participação na feira e à proximidade de outras feiras internacionais, o que tem desviado o interesse de muitos visitantes. “É uma feira muito cara e que acontece logo após as festas natalícias e de reis, o que faz com que as pessoas tenham outras prioridades. Além disso, há muitas feiras a decorrer com muita proximidade e os interesses acabam por se diversificar. Mas essencialmente, o preço elevado é um fator determinante”, explicou.
Apesar do cenário desafiador, Cristina Teixeira destaca a relevância de estar fisicamente presente na feira, especialmente para a sua empresa e para o setor têxtil vimaranense. “Continuo a privilegiar a presença física do cliente e considero que seja muito importante. Mas claro que, estamos a assistir ao online a ganhar uma quota do mercado muito importante em todo o Mundo e percebemos que as pessoas também gerem os seus tempos de outra forma”. E acrescenta: “Para Guimarães, é muito representativo porque existem muitas empresas do setor de têxteis-lar e acredito que 60% das empresas do setor da região que irão. A nossa presença é muito importante. Ainda que os clientes não nos visitem, ficamos registados na plataforma dos expositores e, por vezes, são contactos que aparecem uns meses depois porque, de alguma forma, fomos vistos”.
Apesar da relevância que diz ter para Guimarães, acredita que o mesmo não acontece para o país, referindo que a presença de Portugal não é impactante para os organizadores alemães. “Portugal só tem representatividade de 1%. Nós temos vindo a decrescer na importância que tínhamos nesta feira. Para os alemães, nós irmos ou não, é exatamente igual. Eu já tive oportunidade de o dizer aos representantes da feira e os mesmos dizem que não”.
Segundo Cristina Teixeira, a participação na feira também representa um compromisso com a inovação e a renovação, essenciais para o sucesso no mercado global. “A presença nestas feiras é um compromisso importante para criarmos coisas novas. Se não tivermos o compromisso de irmos à feira, por exemplo, isto aconteceu no ano do Covid, não se cria nada. Por isso, é muito importante para criarmos, sairmos da nossa zona de conforto e irmos à procura das tendências”, conclui.





