CROMOS QUE ROUBAM CROMOS TÊM CEM ANOS DE PERDÃO
José da Rocha e Costa Gestor de empresas

por José da Rocha e Costa
Gestor de empresas
Acabada a época futebolística no que a clubes diz respeito, começa agora a “loucura” habitual que as competições entre selecções costumam gerar. Cansados de ouvir os disparates quase diários que Bruno de Carvalho não se cansa de vociferar e os constantes casos duvidosos que vão surgindo para os lados da Luz, os adeptos do desporto rei viram-se agora para o sonho de conquistar o nunca antes conquistado. Afinal de contas, já que não conseguimos ser melhores que as grandes potências em mais nada, pelo menos no futebol temos que mostrar como se faz. Temos o melhor jogador do mundo, o melhor treinador do mundo, o melhor agente do mundo, no fundo temos tudo, menos a taça de campeão do mundo.
Mas com as competições entre selecções vêm também ao de cima sentimentos de patriotismo que durante o resto do ano andam esquecidos e as empresas que patrocinam os eventos relacionados com o futebol sabem disso melhor do que ninguém. Basta ver pelas campanhas televisivas constantes, a oferta de cachecóis na compra do pack de cervejas, os concertos de apoio à selecção e, melhor do que tudo, as colecções de cromos dos jogadores.
Quem já tentou completar uma destas colecções sabe bem o tempo, a dedicação e o dinheiro que tal actividade exige. Tudo isto para no fim ficar com um livro preenchido com as fotos dos craques esquecido numa qualquer prateleira lá de casa. Gastam-se muitas vezes centenas de euros em carteirinhas de cromos, para acabar com 20 cromos repetidos do Neymar e ficar a faltar o cromo do lateral esquerdo do Panamá, de que ninguém sabe o nome, mas que a PANINI (a principal marca que fabrica os cromos alusivos ao desporto, mas não só) achou por bem transformar em coisa rara.
Não é, portanto, de estranhar, que um grupo de indivíduos armados tenha decidido assaltar a gráfica da PANINI, situada em Munro, a 20km de Buenos Aires, na Argentina, tendo forçado os funcionários da dita gráfica a entregar 638 caixas de cromos, que no total significaram uma perda de cerca de 3200€. Uma pessoa comum diria que tal valor não justificaria um empreendimento desta envergadura, mas os colecionadores de cromos não são pessoas comuns. Se dúvidas houvesse, este assalto vem provar isso mesmo. Apesar de condenar todo e qualquer assalto, seja ele de que tipo for, compreendo o desespero destes cromos, perdão, destes colecionadores de cromos (assim sim!…) que viram, e bem, que a única forma de completarem a suas cadernetas, seria indo directamente à fonte buscar o tal cromo do lateral-esquerdo do Panamá, que já lhes andava a estragar a disposição. Segundo noticia o jornal “o Público”: se não houvesse cromos repetidos, os cromos roubados seriam suficientes para completar 47 cadernetas. Mas este é um grande se. E se, por ironia do destino, mesmo com este assalto de grande envergadura, os assaltantes continuassem sem conseguir completar as suas cadernetas. Se assim for, não só acho que estas pessoas devem ser perdoadas, como também acho que a PANINI deve um esclarecimento sobre o que fizeram com o lateral-esquerdo do Panamá. Já agora, o tal lateral-esquerdo chama-se Eric Davis, e se alguém o vir por aí, faça o favor de lhe tirar uma fotografia e enviar-ma, em troca ofereço 19 cromos do Neymar, obrigado!
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