Da Quaresma à Páscoa há muito para ver e ouvir em Guimarães
Desde 2016, Guimarães celebra a Páscoa com um programa especial e que todos os anos se tem tentado reiventar. Além das celebrações religiosas, a VII edição do Festival Internacional de Música Religiosa e a exposição "A Paixão em Guimarães" marcarão a cidade berço entrre os dias 24 de março e 9 de abril.
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Desde 2016, Guimarães celebra a Páscoa com o evento “Da Quaresma à Páscoa”, um programa especial e que todos os anos se tem tentado reinventar. Além das celebrações religiosas, a VII edição do Festival Internacional de Música Religiosa e a exposição “A Paixão em Guimarães” marcarão a cidade berço entre os dias 24 de março e 9 de abril.
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César Viana é o diretor artístico da edição de 2023 do Festival Internacional de Música Religiosa (FIMR) e acredita que Guimarães tem uma vida musical “muito intensa”, mas, este ano, o evento dedica “particular atenção à dimensão internacional”.
O ponto de partida são, assim, “os vários coros da cidade, instituições, a orquestra e o quarteto de cordas”, lembra dizendo que a programação foi depois “estendida e enriquecida através de nomes importantes nacionais e internacionais”.
Neste sentido, e sabendo que “o tema limita a programação – é música religiosa -“, o FIMR abre a 2 de abril, pelas 17h00, com o Orfeão de Guimarães e o Orfeão da Coelima na igreja de São Domingos. Destacando grupos vimaranenses, é no dia 5, às 21h30, na igreja de São Francisco, que atuará o Quarteto de Cordas. O festival encerra, diz César Viana, com “chave de ouro” nesse mesmo local, a 8 de abril, com a Orquestra de Guimarães. “Não sendo uma Paixão, esta é a obra mais adequada, com narração de “Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, de Joseph Haydn.
Na terça-feira, dia 4, Eduardo Paniagua, um “intérprete de excelência”, e a música antiga tomam conta da igreja de São Francisco com Cantigas de Santa Maria e a quinta-feira fica a cargo do piano Lev Vinocour com música virtuosística instrumental de caráter religioso de Franz Liszt, no teatro Jordão. Já a sexta-feira Santa segue com Ensemble Bonne Corde na igreja da Misericórdia e, no sábado, Miguel Jalôto atua no Santuário da Penha.
Abrindo o leque de atividades na programação, além de música, o festival terá uma mesa redonda sobre “Música e Espiritualidade” com Ivan Moody, Isabel Fernandes e moderação de César Viana.
Conhecer narrativas do espólio religioso vimaranense
A partir de dia 24 de março, os vimaranenses, mas também todos aqueles que visitarem Guimarães, poderão conhecer a exposição “A Paixão em Guimarães”. Trata-se de um percurso pelas igrejas, passos da Paixão e museus, no qual é possível ficar a conhecer peças relacionadas com a Quaresma.
“Há igrejas com património riquíssimo”, frisou Isabel Fernandes que afirma que esta programação pretende “chamar a atenção para o espólio das igrejas e para as narrativas que esse espólio religioso conta”.
São 18 os locais e, em cada um, será possível observar três peças do acervo – todas elas com uma passagem da Bíblia associada -, recebendo um “marcador” que confirma a passagem do visitante pelo espaço.
A 26 de março, a procissão dos Santos Passos ou procissão do Encontro dá início às celebrações religiosas. Na quarta-feira, dia 29, realiza-se a habitual Via Sacra e, no dia 31, a missa em honra de Nossa Senhora das Dores.
No domingo de Ramos, 2 de abril, haverá a bênção e procissão dos ramos. Segue-se a procissão das Endoenças, dia 6, e a procissão do Enterro do Senhor, na sexta-feira Santa.
Samuel Vilas Boas, arcipreste de Guimarães e Vizela, realçou o facto de estas serem “semanas riquíssimas” e de as paróquias estarem “disponíveis para receber e colaborar nas iniciativas”. “Trabalhamos todos em conjunto para enriquecer a cultura e dar a conhecer o património e a espiritualidade cristã”, justificou.
O vereador da Cultura e do Turismo de Guimarães, Paulo Lopes Silva, vê este evento com “grande satisfação”, pois permite “demonstrar a riqueza cultural da cidade”. Ao mesmo tempo, ajuda na “promoção do território do ponto de vista turístico”.
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