Daniel Sampaio relata “experiência de solidão e intensa preocupação”
Domingos Bragança, Presidente da Câmara, esteve presente na apresentação de “Covid-19, Relato de um sobrevivente”, na Biblioteca Municipal Raul Brandão.

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A Biblioteca Raul Brandão recebeu o médico psiquiatra e escritor Daniel Sampaio, a sua família e o seu editor, Zeferino Coelho, da Caminho, para a apresentação de um livro completamente diferente de tudo o que Daniel Sampaio publicou até à data. “Covid-19, Relato de um sobrevivente” conta, tão fielmente quanto possível, a experiência de 50 dias de internamento a que o psiquiatra foi obrigado, após ter contraído o vírus da covid-19.

Domingos Bragança, que esteve presente na apresentação do livro em Guimarães, disse ser sempre uma honra para Guimarães receber Daniel Sampaio, distinto médico, professor e escritor, com raízes familiares em Guimarães, pelo facto de seu pai, Arnaldo Sampaio, médico de referência histórica, na saúde pública, ter sido um ilustre vimaranense. Referindo-se ao livro agora publicado, Domingos Bragança adjetivou-o de “comovente” e “um testemunho de uma vivência dramática, de grande sofrimento e confinamento”.
O editor, Zeferino Coelho, começou por referir que o livro que Daniel Sampaio escreveu é diferente de todos os outros que publicou, durante os trinta anos em que tem vindo a ser seu editor. “Sendo Daniel Sampaio especialista em psiquiatria infantil e relações familiares entre pais e filhos, é inédito que neste livro fale de si próprio e da sua experiência enquanto doente. Há meio ano, ele estava entre a vida e a morte e hoje está aqui. Esta é uma história de sucesso”, explicou.
Numa conversa emotiva entre Zeferino Coelho e Daniel Sampaio, ficou-se a conhecer um pouco da experiência que se adivinhava de “angústia e sofrimento”, num testemunho em primeira pessoa. Falou dos momentos que passou no hospital, dizendo que nunca se sentiu médico. “Só me apercebia da minha condição de médico nos momentos em que havia conversas que revelavam alguns dados que me eram familiares”, disse. Daniel Sampaio deu a conhecer as duas razões que o levaram a escrever a obra: alertar para a gravidade da doença e dar voz aos doentes. “O livro é um alerta de um cidadão que adoeceu e que felizmente superou. Esta foi uma experiência de solidão e intensa preocupação, que me permitiu conhecer a minha capacidade de resistência”, referiu. Visivelmente emocionado, Daniel Sampaio disse que “pensar na família foi muito importante para sobreviver”.