Depois do Turismo Sustentável, AVH promove debate sobre Taxa Turística
As iniciativas inserem-se no programa comemorativo dos sete anos da Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH).

Se o debate do tema “Turismo Sustentável: Desafios e Oportunidades”, sobre o impacto da sustentabilidade no setor da hotelaria, restauração, turismo e comércio local, no passado dia 17, assumiu importância, a iniciativa que se realiza esta quinta-feira, dia 20, no Centro Cultural Vila Flor, pelas 15h00, também a terá.
A AVH está a comemorar sete anos e a promover uma série de iniciativas e a próxima é uma conferência cujo tema é “Taxa Turística: Impacto e Perspetivas para Guimarães”, reunindo especialistas para um debate alargado sobre a aplicação desta medida no concelho. A conferência contará com um painel de oradores com experiência no setor do turismo, que vão partilhar diferentes visões sobre a implementação da taxa turística e os seus efeitos na dinâmica do turismo e na economia local. Vão encontrar-se como oradores Luís Pedro Martins, presidente do Turismo Porto e Norte, André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, Diogo Leite Ribeiro, em representação da AVH e Milton Pacheco, diretor do Paço dos Duques. A moderação estará a cargo de Silvia Arada.
Diz a associação que o evento “pretende promover um debate informado e construtivo sobre os desafios e oportunidades que esta medida pode trazer para Guimarães, analisando modelos de aplicação em outros destinos e o impacto na competitividade do setor da hotelaria e turismo”. A conferência é dirigida a profissionais do setor, empresários e agentes locais.
Centro Histórico continua a ser o desafio na política da sustentabilidade
Na passada segunda-feira, dia 17, na sede da AVH discutiu-se o “Turismo Sustentável”, ou seja, os desafios da gestão sustentável no setor do turismo, hotelaria e restauração, sublinhando a importância de práticas responsáveis para um futuro mais ecológico. A sessão contou com a participação do vereador da Câmara Municipal de Guimarães, Paulo Lopes Silva, da Coordenadora Geral da Estrutura de Missão Guimarães 2030, Isabel Loureiro, Laura Jota, em representação da Vitrus, e dos empresários António Loureiro (A Cozinha), Ernesto Fernandes (Hool) e Gabriel Martins (Migas).
Estando Guimarães a preparar 2026 como Capital Verde Europeia, muito caminho foi trilhado até ao alcance deste título, com base em estudos que permitiram alterar hábitos e mentalidades, no entanto, desta conferência retira-se a ideia de que ainda há um caminho a trilhar.
Desde 2013 que Guimarães tem sofrido uma transformação sustentável profunda, fruto de uma estratégia de governança que antecipa a Agenda 2030 e promove o envolvimento de toda a comunidade. O galardão de Capital Verde Europeia 2026 é uma prova desse compromisso, agora reforçado com o reconhecimento Bronze da EarthCheck no processo de certificação de Destino Turístico Sustentável. Diz Paulo Lopes Silva que há uma alteração de paradigma no perfil do turista que hoje visita Guimarães. “É uma cidade patrimonial que tem como eixo central de atração turística, somos cidade Unesco e somos cidade berço, as pessoas gostam de saber porquê, aprofundar a história”.
E há avanços: “Se em tempos, um turista dormia em média 1,8 noites quando nos visitava, agora dorme duas”, destacou o vereador. Falou ainda do importante passo no setor, com o Turismo Certificado Sustentável, como adotando um conjunto de bons exemplos, de empresas que trabalham com políticas e hábitos sustentáveis”.
Na sua intervenção, Isabel Loureiro foi elucidativa, falando primeiro na necessidade de recolha de dados (em 2013) para obter um diagnóstico de fragilidades, também muito ligado a uma região industrial. E não foi positivo, principalmente, disse, devido ao alheamento da população em relação às questões ambientais e ao seu património natural. “Somos Capital Verde Europeia, mas é importante destacar que houve um envolvimento das pessoas e dos empresários e a função agora é destacar pessoas que falem da experiência, que digam o que estão a fazer para que essas ações possam ser replicadas. Se o “Pegadas” está a educar os jovens eles são o futuro e a sociedade será mais exigente”.
Laura Jota, por exemplo, lembrou que “há 20 anos ninguém separava lixo” e hoje, as pessoas estão mais conscientes. A questão do lixo orgânico ainda não está bem enraizada e é só “a economia circular a funcionar”, que é o que se pretende. “O lixo doméstico são os nossos outsiders é um desafio acrescido”. Assim como a zona do centro histórico. “Temos consciência da questão do centro histórico, por onde passam moradores por vezes temporários, depois temos o ruído e este é o grande desafio em termos turísticos”. E Laura Jota concorda: “Há pessoas que depositam [lixo] em horários inadequados, fazem de forma negligente. Há excesso de resíduos em espaço turístico, tentamos ali passar a informação porta a porta”.
Privados dão exemplos que devem ser replicados
O setor privado é um aliado da autarquia e de todas as entidades envolvidas neste desafio da sustentabilidade. É um investimento para mais tarde recolherem lucros. Por tradição, o termo tem uma conotação pejorativa, mas reaproveitar não é mais do que aproveitar o máximo dos ingredientes, evitando o desperdício e apelando à criatividade para apresentar novos pratos. Uma forma racional e sustentável de fazer mais com o mesmo.
Gabriel Martins definiu-se como “mente aberta” e “preparado para desafios”. “Estou a fazer o meu trabalho e consigo motivar as pessoas que trabalham comigo, é mais custoso para nós que temos de investir. Há muito pouca coisa a ir para o lixo.”. Fica a mensagem de que “a sustentabilidade é um modo de estar na vida”.
Ernesto Fernandes, da secção hoteleira, deu também o seu testemunho, referindo que “adota todas as medidas e programas “não porque estão na moda, mas por convicção”. “Temos de investir, mas poupamos, ganhamos mais, exemplo disso, o doseador que já o fez poupar 50 % na água”. “Não é um trabalho fácil, mas é importante perceber que vamos ganhar, com uma margem maior”, referiu também António Loureiro.
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