Deputados do PS eleitos por Braga exigem medidas urgentes do Governo para travar crise no Vale do Ave

Os deputados socialistas eleitos por Braga manifestaram hoje a sua preocupação com a crise que afeta o setor têxtil no Vale do Ave, após o anúncio de despedimentos em várias empresas de referência da região, com impacto em concelhos como Guimarães, Vizela, Famalicão e Santo Tirso.

© CMG

“O Vale do Ave é um motor da indústria nacional e um pilar da coesão social. É urgente que o Governo avance com medidas concretas para proteger os trabalhadores e apoiar as empresas, evitando que esta crise tenha efeitos irreversíveis na região”, alertaram os deputados do PS.

O grupo parlamentar questionou o Governo sobre os apoios imediatos aos trabalhadores afetados, os instrumentos específicos de apoio às empresas da região e as medidas estruturais necessárias para reforçar a modernização e a resiliência do setor têxtil

Deputados socialistas de Braga criticam lentidão nos apoios às empresas face às negociações UE-EUA

Os deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo de Braga alertaram também para a lentidão na concretização dos apoios às empresas portuguesas, no âmbito das negociações entre a União Europeia e os Estados Unidos.

“O Partido Socialista defende que os apoios anunciados devem traduzir-se em resultados concretos e imediatos para as empresas. É fundamental garantir que os fundos chegam atempadamente à economia real, sob pena de os compromissos ficarem apenas no papel”, afirmaram os deputados.

O grupo parlamentar tem acompanhado as respostas do Governo sobre a defesa da competitividade das empresas portuguesas, mas persistem dúvidas sobre a efetividade e rapidez das medidas implementadas.

Na análise à resposta do Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares, os socialistas destacam que o programa Reforçar, através das linhas BPF InvestEU e BPF Invest Export, apresenta elevados números de candidaturas aprovadas. No entanto, a “discrepância entre os valores aprovados e os efetivamente pagos preocupa. Dos 8,7 mil milhões de euros do BPF InvestEU, apenas 1,7 mil milhões chegaram às empresas; já no BPF Invest Export, com 3,5 mil milhões de dotação, apenas 0,2 mil milhões foram pagos”.

Para os deputados, estes números mostram que grande parte do financiamento prometido ainda não tem impacto real, sobretudo nas PME, mais vulneráveis às alterações tarifárias e à volatilidade do mercado norte-americano. Apesar do acompanhamento da AICEP, ainda falta “clareza sobre como estas medidas chegam às pequenas e médias empresas”, apontam.

O PS sublinha ainda que os objetivos de aumentar as exportações para mais de 50% do PIB até 2029, embora ambiciosos, carecem de indicadores concretos e garantias de execução.

“O Partido Socialista reafirma o compromisso de acompanhar de perto a execução destes programas, exigindo maior transparência, rapidez e eficácia, garantindo que as empresas nacionais dispõem das condições necessárias para enfrentar os desafios internacionais”, concluíram os deputados.

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