DESPORTIVAMENTE FALANDO

MIGUEL LARANJEIRO

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por MIGUEL LARANJEIRO

Agradeço ao diretor do Mais Guimarães o convite para escrever esta semana, mas confesso que hesitei no que desenvolver. Talvez falta de jeito porque de assunto não era certamente. Decidi- me pela abordagem da função mais recente que assumi.

Há cerca de três meses fui eleito presidente da Federação de Andebol de Portugal. Tem sido uma experiência de uma riqueza que não julgava ser possível encontrar em tão pouco tempo. Percorro o País com prazer, reunindo com clubes e associações, tentando valorizar o trabalho que todas as semanas centenas de dirigentes, técnicos, e familiares dos atletas fazem para manter ativo e dinâmico este desporto coletivo.

O Andebol é a segunda modalidade mais praticada em termos federados. Mais de 50.000 praticantes, 770 clubes e 12.300 jogos por ano, dão a noção do que estamos a falar. Temos ambição, com realismo.
Queremos fazer sempre mais, com uma vontade alicerçada no trabalho inexcedível de muitos. Aqueles que no seu anonimato, sem procurar protagonismo efémero, lutam todos os dias. São eles os heróis desta história. Retirando o império do profissionalismo, o dinheiro envolvido, e a capacidade do futebol, a realidade das modalidades é bem diversa. Com dificuldades acrescidas que só uma vontade de ferro é capaz de as ultrapassar.
É também uma honra presidir a uma Federação que assume uma dimensão social crescente.
O andebol adaptado (cadeiras de rodas e deficiência intelectual) ou em meio prisional são programas que enobrecem
todos os técnicos e responsáveis que diariamente dão o seu contributo.
Um lamento. A sociedade, como um todo, ainda não consegue olhar para o desporto como a realidade que já tem e que ainda vai conquistar no futuro. O desporto comporta hoje dimensões absolutamente críticas para o sucesso de uma sociedade que se queira capaz de incluir, de integrar e promover a igualdade de oportunidades.
Mas também na dimensão económica. As atividades relacionadas, direta ou indiretamente, com o desporto representam hoje cerca de 1,2% do VAB nacional e 1,4% do emprego (INE), mas ainda longe de outros países europeus comparáveis connosco. Na dimensão mediática, todos os dias ouvimos reportagens sobre a obesidade infantil, as diabetes, ou o sedentarismo dos jovens. São os mesmos dias em que o desporto não é valorizado no mesmo espaço (com a exceção do comentário futebolístico), pelo seu papel crucial na promoção de estilos de vida saudáveis.

Esta nova função permite-me contactar com muitos agentes de vários setores, com especial
incidência no desporto. Nas conversas com esses interlocutores, sabendo que sou de Guimarães, há permanentemente um nome que vem à baila. O Amadeu Portilha é uma das referências na gestão e na visão do desporto nacional. Sou seu amigo, mas essa condição só me obriga a ser mais exigente e posso dizer que é com orgulho que vejo um vimaranense reconhecido nacional e internacionalmente.

Este texto pode dar uma ideia de alguma distração relativamente à política local e nacional. Não me parece. É só uma questão de estilo. Como no desporto, as atividades públicas necessitam de ambição, coerência, honestidade,
dedicação e visibilidade.

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