Dia do Trabalhador: “Não podemos deixar de estar a comemorar o 1.º de Maio em liberdade”
No Largo do Toural concentraram-se perto de 150 dirigentes, delegados e ativistas. O Dia do Trabalhador comemorou-se sem enchentes e, garante o coordenador da USB, "perfeitamente organizado e disciplinado".

No Largo do Toural concentraram-se perto de 150 dirigentes, delegados e ativistas. O Dia do Trabalhador comemorou-se sem enchentes e, garante o coordenador da USB, “perfeitamente organizado e disciplinado”.

Num Dia do Trabalhador marcado pela pandemia da covid-19, Joaquim Daniel Rodrigues, coordenador da União de Sindicatos de Braga (USB), sublinha a importância de assinalar o dia — mesmo com cuidados para evitar a propagação do vírus: “Temos de estar aqui a dar voz a quem não pode estar na rua.” O 1.º de Maio foi assinalado em todo o país esta sexta-feira; em Guimarães, “perto de 150 pessoas” terão estado no Largo do Toural, segundo as estimativas do coordenador sindical.
Este ano, a ação de rua não contou com milhares e os participantes tiveram de se inscrever. Entre as inscrições e as certificações para “dirigentes, delegados, ativistas e delegações de trabalhadores”, a organização da manifestação contou com “algumas dificuldades”, conta Joaquim Daniel Rodrigues. Ainda assim, a USB conseguiu o seu objetivo: “Queríamos fazer algo perfeitamente organizado e disciplinado e conseguimos.” Os participantes receberam máscaras de proteção alusivas à CGTP. “Tínhamos 150 máscaras, mas notamos que chegou a uma altura em que já não chegavam para quem pedia”, diz o coordenador.
Celebrar o Dia do Trabalhador é, para Joaquim Daniel Rodrigues, uma oportunidade de representar os que não puderam estar na rua. “Em março, há quem tenha visto o seu salário cortado ou que não tenha recebido. Em abril houve quem ainda não tenha percebido qual vai ser o corte no salário. Esta revolta vai continuar a crescer e temos de estar aqui”, frisa.
Torcato Ribeiro, responsável político do PCP de Guimarães, “o 1.º de Maio é muito importante para a força de trabalhadores, mesmo havendo esta pandemia e estando os trabalhadores condicionados”. “Faz todo o sentido que uma data tão importante no atual contexto se celebre, obedecendo a todas as regras. E foi isso que aconteceu em todo o país e em Guimarães. As pessoas manifestaram-se tendo em conta as distâncias de segurança”, conta. E “face ao momento atual”, é “importante vincar” os direitos dos trabalhadores.
Em ano do 50.º aniversário da CGTP e 134 anos volvidos da greve em Chicago que justificou a data, o coordenador sindical recordou: “A CGTP celebrava a data na clandestinidade e em dificuldades diferentes das de hoje. Mas comemorava-se na mesma. Não podemos deixar de estar a comemorar o 1.º de Maio em liberdade e de denunciar atropelos a direitos e rendimentos.” No mês de março, adianta, “foram mais de 28 mil os trabalhadores que se viram em situação de desemprego”. E muitos “estarão sem proteção social”.
Joaquim Daniel Rodrigues alerta ainda para a situação de muitas empresas: “Temos 95% do tecido industrial e comercia, composto pelas micro, médias e pequenas empresas, em dificuldades. São empresas que não conseguiram acumular milhões e que sempre foram vivendo numa linha muito ténue entre dificuldades e equilíbrio.”
Quanto às críticas face à realização das ações de rua, Torcato Ribeiro lembra que “há trabalhadores que estão na construção civil, na panificação e em variados setores que fazem com que a sociedade tenha capacidade de viver, e há quem fique em casa”. “Fazia todo o sentido [celebrar a data], porque a pandemia pode ser um pretexto para que a classe dominante tire alguns dividendos próprios, fazendo com que alguns direitos conquistados estejam em risco”, sublinha. Já Joaquim Daniel Rodrigues refere que “seja qual for o evento”, a USB e a CGTP têm “fundamental preocupação com a organização e com a saúde” dos participantes.
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