Com base na recente demissão do arquiteto Filipe Fontes, antigo chefe do departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Guimarães, Bruno Fernandes indagou Domingos Bragança sobre “falta de bem-estar entre os recursos humanos do município”.
O tema foi abordado pelo vereador da coligação Juntos por Guimarães (JpG), antes do período da ordem do dia, na reunião do executivo municipal desta quinta-feira, 19 de maio.
O social-democrata afirmou ter tido acesso à missiva de demissão de Filipe Fontes, que, além de cansaço, também dava conta de discordância com aquela que é a estratégia municipal.
Assim, refere que “se sente um mal-estar entre a estrutura do município, os seus trabalhadores, e a gestão do município, nomeadamente a liderança da Câmara Municipal”.
Bruno Fernandes diz aperceber-se que “a estrutura municipal dá sinais de que já não se identifica com aquilo que é a estratégia de quem governa” e alerta que “é preciso valorizar, envolver, acarinhar e ouvir os trabalhadores”.
O vereador incita Domingos Bragança a “tomar as rédeas da gestão dos recursos humanos” e diz não ter dúvidas da “competência e dedicação” dos trabalhadores.
Destacando que “os recursos humanos são o maior ativo que tem o município”, o vereador fala em descoordenação entre a máquina autárquica e a gestão, que devem “estar em sintonia”.
Por sua vez, Domingos Bragança afasta o cenário de “mal-estar” entre os recursos humanos na Câmara Municipal. “Aquilo que acontece hoje, em todo o país e na Europa, é que há profissionais que que são muito pressionados para irem para o setor privado”, explicou o autarca, dando como exemplo os setores da arquitetura e informática.
O edil vimaranense adiantou que “há técnicos que optam por pedir licenças sem vencimento” e muitos consideram que o quadro remuneratório “não é considera satisfatório”.
Atualmente, o município está a trabalhar na alteração do organograma, o quadro organizacional da Câmara, que deverá resultar na apresentação de dois diretores municipais. Um dos profissionais deverá ocupar-se mais da área social, com a educação e saúde, enquanto que o outro ficará encarregue das áreas mais operativas.
São profissionais que terão a competência de coordenação de vários departamentos e que vão permitir a melhor organização de toda a estrutura municipal, que tem vindo a crescer significativamente.
A proposta será apresentada na próxima Assembleia Municipal, em junho.