Domingos Bragança: “Eu não sou a favor da criação da Área Metropolitana”

O Memorando de Entendimento entre as Comunidades Intermunicipais (CIM) do Ave e do Cávado ganhou especial destaque na sessão quinzenal do Executivo Municipal de Guimarães desta segunda-feira.

© Helena Lopes/Mais Guimarães

Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, foi desafiado pelo vereador do PSD, Ricardo Araújo, a pronunciar-se sobre este passo que visa juntar esforços e ganhar escala tendo em vista projetos futuros relacionados, entre outros, com a área dos transportes, da inovação e da proteção civil, e a obtenção mais facilitada no âmbito do financiamento dos mesmos.

O vereador da oposição, no lançamento do ponto, deu conta da sua satisfação, lembrando que em julho veio defender a fusão de Ave e Cávado, para a criação de uma Área Metropolitana (AM), acreditando que Guimarães sairia a ganhar. “Os territórios precisam de ganhar escala do ponto de vista da mobilidade, do poder económico, infraestruturas e serviços públicos, tendo em conta a facilidade no acesso a financiamento”, referiu.

Entende Ricardo Araújo que evoluir para uma AM, faz sentido, desde que “se respeite responsabilidades de Ave e Cávado e, aqui, Guimarães tem de defender muito bem a sua perspetiva e tem de ter uma forma [definida] de como se quer afirmar”.  No entanto, alertou para riscos que Guimarães não pode correr, como “perder a voz”. “E isso não queremos”, disse. “Guimarães não pode é ir a reboque (…) e sendo líderes de ambas as CIM, Guimarães e Braga devem estar na liderança de uma AM. Guimarães deve estar numa posição de liderança e, para isso, tem de ter uma posição clara”.

“Enquanto eu for presidente da CIM Ave, nada vai acontecer”, Domingos Bragança

E posição clara tem Domingos Bragança, mas este entende que o caminho não é esse. “Não venham dizer que o presidente da Câmara defendeu a AM, porque não vejo vantagens na junção das CIM do Ave e Cávado. Esse é o meu entendimento, mas nem me quero meter nesse debate político”, disse o autarca, remetendo discussões e decisões políticas para quem vai esgrimir argumentos e para quem venha a vencer as eleições autárquicas deste ano. “Enquanto eu for presidente da CIM do Ave, nada vai acontecer, se reforçarem os poderes das CIM, tudo correrá bem”, disse, acrescentando que será necessário ter em conta que, a avançar uma AM, “a centralidade será Braga e se estiver tudo bem, façam o favor de avançar”.

Domingos Bragança afirmou ainda que o Memorando de Entendimento, mais não foi do que a formalização do quem sido feito até aqui entre Ave e Cávado, lembrando que no Memorando não surge a expressão AM em nenhum momento. “O senhor ministro não assinou nada em relação a Área Metropolitana, que não teve a minha concordância”, adiantou ainda o edil,  “Eu não sou a favor da AM”, clarificou, adiantando que, sendo criada, “o que muda é centrar numa cidade [Braga], o desenvolvimento de um território”.

No passado dia 17, no âmbito da reunião de onde saiu a assinatura do Memorando de Entendimento, Manuel Castro Almeida, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, abordou, em declarações aos jornalistas, o “dinamismo visível na região do Cávado” que, considera, está “a caminho de ser uma Área Metropolitana”. No entanto, nem uma palavra sobre a CIM do Ave, apesar da presença de Domingos Bragança nesse mesmo momento.

Recorde-se que, ao contrário do autarca de Guimarães, Ricardo Costa, cabeça de lista do PS à Câmara de Guimarães, nas Autárquicas deste ano, tem outro entendimento, tendo já publicamente, defendido a criação de uma Área Metropolitana do Baixo Minho, que envolva as CIM do Ave e do Cávado, que ombrearia com as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

As CIM do Cávado e Ave representam mais de 846 mil habitantes, numa área total de 2.673 quilómetros quadrados. As duas CIM propõem-se criar de um grupo de trabalho para avaliação do papel das entidades intermunicipais e reforço de competências para o futuro, que reflita um novo paradigma na gestão de recursos humanos, compras públicas, ordenamento do território, ambiente e cultura.

Domingos Bragança, presidente da CIM Ave, entende que, até aqui, o trabalho está a ser bem feito. “A CIM do Ave, comprando com outras, é a que tem melhores resultados ao nível nacional” e, para que os resultados sejam mais satisfatórios, diz o edil vimaranense, a solução passa por um reforço de poderes nestas entidades.

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