Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesTodos os pais que têm filhos em idade escolar percebem isto: O nosso sistema de ensino está em desenvolvimento lento, ultrapassado.

Nesta segunda-feira, ao final da tarde, estive na escola da minha filha, que frequenta o nono ano, para conhecer o Programa de Intervenção Vocacional que a escola está a implementar, em colaboração com o município de Guimarães, abordando as responsáveis pelo projeto, nesta sessão, “o papel dos pais no processo de tomada de decisão”. Também neste programa, acrescente-se, é apresentado aos alunos e aos pais o sistema de ensino português e os caminhos que eles poderão percorrer daqui para a frente.

Nos próximos três meses, as nossas crianças/adolescentes terão que escolher entre os Cursos Científico Humanistas, para onde, invariavelmente, segue a maioria dos alunos, os Cursos Profissionais, os Cursos Artísticos Especializados ou os Cursos de Aprendizagem.

As nossas crianças / jovens, que chegaram aqui com pouquíssimo conhecimento acerca das profissões que um dia poderão abraçar e cujas escolhas que agora assumem poderão limitar.

É verdade que, como ali foi dito, estarão sempre a tempo de voltar atrás, para abordarem as disciplinas que, no final do secundário, poderão dar acesso ao ensino superior, caso queiram concorrer. Mas isso acarretará uma perda de tempo, e sobretudo um desgaste emocional que poderia ser evitado, ou pelo menos diminuído.

Falo da aproximação da escola às profissões. De os alunos saírem mais das escolas e estarem em contacto com o mundo do trabalho e as particularidades de cada profissão. Ou, por outro lado, de visitas regulares de profissionais de diferentes áreas às escolas.

Aumentar o conhecimento dos alunos, iria permitir-lhes desenharem, com maior segurança, um esboço do seu futuro a partir daqui, com alguma base. Assim, muitos darão um tiro no escuro, seguirão arrebanhados pelos colegas de turma ou alguma outra referência, ou até pelos desejos/ambições dos pais. E depois? Depois logo se vê!