por Rui Armindo Freitas
Economista e Gestor de EmpresasO título deste artigo tem o propósito de chamar a atenção do leitor para a realidade do nosso concelho, que há algum tempo, de forma comprovada (Censos 2021) vive nessa tão triste estação, o Inverno. Inverno demográfico é a expressão usada em demografia para retratar uma população em envelhecimento que não é capaz de se regenerar. Esta realidade ficou ainda mais clara, na apresentação do Plano de Desenvolvimento Social do município, do qual emanaram várias realidades alarmantes sobre Guimarães. Foi exposto na sessão pública de apresentação deste plano que “de um concelho jovem e demograficamente dinâmico, Guimarães evolui para um território envelhecido com um peso crescente da população sénior e idosa”, e que tem uma economia assente “na precariedade laboral e nos baixos salários.”. Esta é a altura em que o caro leitor, se costuma ler esta coluna de opinião, deve estar a pensar que me tornei, nos últimos anos, numa espécie de disco riscado…para falar em linguagem mais arcaica, já que pela composição demográfica do concelho é melhor que me compare a uma tecnologia mais…antiga. Contudo, é com a tristeza de alertar há anos, quer para a falta de dinâmica da economia, quer para os riscos que daí advêm. Não deixa de ser caricato, que o executivo municipal que agora apresenta este plano é o que há anos rejeita os alertas, afirma que tudo está bem, indo contra todos os sinais que todos fomos percebendo acontecerem à nossa volta. Assim, apesar de tarde, podemos nós ter esperança? Infelizmente não, pelo menos enquanto o Partido Socialista que aqui nos trouxe, continuar no poder em Guimarães. Na última sessão da Assembleia Municipal, quando confrontado com estas conclusões, o Presidente Domingos Bragança, afirmou que de facto não estamos bem, mas há quem esteja pior. Fez-me lembrar a minha infância, quando tive uma nota má a matemática e justifiquei-me perante a minha mãe dizendo-lhe que tinha amigos que tinham tirado ainda pior nota do que eu. Pois como deduzirá o caro leitor, que estuda ainda, já estudou, ou tem filhos ou netos em carreira escolar, que por mais cândida que tenha sido a minha cara a explicar-me à minha mãe…não me salvou do puxão de orelhas, merecido, já que segundo ela eu tinha capacidade para mais, e que a má prestação dos outros nunca seria desculpa para justificar a minha. A mim serviu-me de lição. É, portanto, hora de darmos o respectivo puxão de orelhas a quem de direito pela situação a que chegamos, querermos que o nosso concelho se compare com quem tem sucesso e nunca com os “alunos da fila de trás”. Queremos que o nosso concelho ombreie com os melhores. Devemos apontar o que está mal, para que se corrija. Sabemos que este Partido Socialista está esgotado, cansado, sem soluções e o facto do antigo Presidente Magalhães, reputado socialista que teve como vice-presidente da câmara Domingos Bragança, ter afirmado há poucos dias, que Guimarães perdeu dinâmica face a Braga e Famalicão, deveria fazer soar as campainhas socialistas, já que ignoram há anos, todas as outras que há muito tocam a rebate!