Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesNa passada quinta-feira foi apresentado no auditório nobre da Universidade do Minho, o Plano de Desenvolvimento Social (PDS), para 2022-2026, do município de Guimarães. Aí está refletida a realidade social do concelho e a sua evolução entre 2011 e 2021. Comparativamente com 2011, houve uma redução de 20,7% da população até aos 14 anos. Entre os cidadãos dos 25 aos 64 anos houve também uma redução de 3,6%, de 91.861 para 88.523.

O concelho está a envelhecer!

Não sendo uma realidade exclusiva do território vimaranense, isso não não pode ser motivo para relaxarmos e pensarmos que é uma inevitabilidade, até porque este envelhecimento é mais acentuado aqui, em Guimarães, que noutros pontos do país, inclusivé maior aqui do que em alguns concelhos vizinhos.

“Guimarães é o melhor lugar do mundo para se viver”. Qualquer vimaranense “que se preze” sente isto, e eu partilho da opinião, e ouvimos isso também dos muitos, cada vez mais, imigrantes, mais 101,8% em dez anos, que escolheram a cidade-berço para viver. E a eles devemos um melhor saldo natural, até porque muitos chegam em idade de constituir família e ter filhos aqui, os que decidem ficar, obviamente.

O custo com a habitação é um dos entraves, que aumentou, em média, 39% em dez anos, mais 266 euros por metro quadrado. Com a escassez de imóveis no mercado, o arrendamento vai ficando incomportável também.

A juntar a isto, em Guimarães, há um salário médio que é dos mais baixos do país, considerando em concelhos desta dimensão, há falta de vagas nas creches, e estão identificados, mas ainda não resolvidos, alguns problemas de mobilidade em vários pontos, que nos vão torrando a paciência.

Obviamente, não está tudo mal. Mas é preciso tocar na ferida para que lhe demos a devida atenção. E arragaçar as mangas.