É para amanhã, bem podia ser para hoje

Por Ana Amélia Guimarães.

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por Ana Amélia Guimarães Professora

Todos querem o melhor para a cidade e o concelho. É verdade. No entanto, por cá, a essa vontade junta-se um modo de ver a cidade e o concelho que se pode resumir ao lema: «é melhor que nada».

O «melhor que nada» em política significa que se abdica do «melhor». E do «melhor» para quem? Do melhor para a cidade, do melhor para o concelho, do melhor para os vimaranenses.

Há muito tempo, na Assembleia Municipal de Guimarães, a CDU pedia à Câmara, aquando das obras na linha de comboio (terminadas em 2004, ano de Europeu de Futebol), que, face à dimensão da intervenção, seria o momento e a oportunidade de nos batermos por uma via dupla. A resposta foi que «vocês nunca estão bem» e que «não se pode ter tudo».

Esta atitude de marcar passo e mediania é uma constante na prática política desta autarquia. Propostas como: ciclovias, metros de superfície, praias fluviais, sustentabilidade ambiental…eram assuntos recebidos pelo governo local com orelhas moucas e respostas tortas. O que a Câmara agora faz, a esse nível, chega com mais de 15 anos de atraso e por pressão de fora.

Este “esperar para ver o que acontece” parece ser, pois, uma marca distintiva da autarquia. Veja-se: no final da reunião de Câmara do dia 19 de abril, o vereador responsável pelo Desenvolvimento Económico na Câmara Municipal de Guimarães, Ricardo Costa, questionado pelos jornalistas sobre o facto de a administração da empresa Coelima ter apontado como um dos fatores para o pedido de insolvência a não disponibilização das quantias solicitados por esta, no âmbito dos apoios Covid-19, o vereador da referida Divisão respondeu não bastar “só libertar linhas de apoio” e que é preciso “perceber aquilo que se está a passar. É preciso resolver uma questão financeira que tem 20 ou 30 anos”…

Para que serve então uma Divisão de Desenvolvimento Económico? Para nos vir dizer que «aquilo» é um problema que já tem barbas? Não é preciso, já todos sabíamos disso.

A este atavismo soma-se a naturalidade com que o executivo encara os atrasos em obras fundamentais, dizem eles que «Roma e Pavia não se fizeram num dia» e pronto, está justificado. Veja-se a recente inauguração do desnivelamento de Silvares. Aquando da apresentação das obras na circular urbana de acesso à autoestrada/Silvares foi identificado pela CDU, na hora, o problema que iria surgir com a falta de um desnivelamento.

A obra foi feita – mal feita – e foi preciso passar um ror de anos para que o desnivelamento fosse feito. O que não deixa de ser caricato foi a pompa e circunstância com que a Câmara inaugurou uma obra que é um símbolo da sua inépcia.

Mas não é só na gestão do ordinário que esta Câmara marca passo. Também na área da melhoria das condições de vida e trabalho dos seus funcionários. Exemplo disso é o facto de a Câmara de Guimarães não ter acionado o suplemento de Risco, Penosidade e Insalubridade (Decreto-Lei n.º 53-A/98) para os seus trabalhadores. O Suplemento de Insalubridade e Penosidade resulta da ação do PCP no plano institucional e da luta dos trabalhadores, mostrando que valeu a pena lutar. Todas as Câmaras da CDU já aplicaram o Suplemento de Insalubridade e Penosidade… Por cá? Talvez seja para manhã.

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