Eleições à vista

Por César Teixeira.

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Por César Teixeira.

“Continuar Guimarães”, como pretende o PS ou “Nova Energia”, como defende a coligação eleitoral PSD/CDS. São os dois projetos que se apresentam aos vimaranenses.

Num ato eleitoral com contornos muito diferentes. Desde logo, pela novidade que constitui o surgimento das candidaturas do Chega, IL e PAN. Como também pela alteração dos candidatos a Presidente de Câmara apresentados. Face a 2017, apenas o PS repete o cabeça de lista. As coligações apresentam novos protagonistas: Mariana Silva e Bruno Fernandes. Curiosamente, estas mesmas Coligações apresentam como cabeças de lista à Assembleia Municipal de Guimarães, aqueles que, em 2013 e 2017, tinham apresentado como candidatos à Câmara, André Coelho Lima e Torcato Ribeiro.

Quando o PS se propõe “Continuar Guimarães” está a ser autêntico. A estrutura do executivo socialista é competente. Solícita. Disponível para resolver o pequeno problema que assola o cidadão, empresa ou associação. Que cumpre aos níveis financeiro, cultural, social ou ao nível da instrução publica. Que tem a virtude de ter estreitado os laços com o Ensino Superior. Mas cumpre, sem rasgo. Sem brilhantismo. Com conservadorismo. Limita-se a assegurar uma gestão minimalista da coisa publica. Gerindo as potencialidades do concelho. Mas longe de conseguir dele extrair todas as respetivas potencialidades. Que nos poderiam elevar a outros patamares de desenvolvimento e projeção.

O atual executivo não tem exibido durante estes 8 anos capacidade, ou vontade, para que Guimarães dê o salto qualitativo. Semelhante ao salto que outros concelhos deram. O decréscimo populacional verificado nos últimos 10 anos em Guimarães é um sintoma de tudo quanto vem escrito.

“Continuar Guimarães” é a confissão da rendição. Da ausência de ambição para a construção da Guimarães do futuro. Como se vislumbra do facto de, até ao momento em que se escreve este texto, não ter sido apresentada pelo PS uma proposta que seja para o futuro. O lema de campanha, sendo autêntico é o símbolo máximo da rendição. A ausência de novas propostas a evidência da incapacidade de rasgar novos horizontes e metas ambiciosas para Guimarães.

O PS que se apresenta em 2021 é um partido mais fragilizado. Mais fechado em si mesmo. Incapaz de, internamente, fazer pontes e sínteses. Um partido é tanto mais rico quanto consiga fazer sínteses também ao nível interno. Característica que, infelizmente, grassa no seio dos partidos cujos dirigentes têm uma grande dificuldade em lidar com opiniões diversas e diferentes.

Mas este PS conta com outros condicionamentos relevantes. Que tornam mais interessante este ato eleitoral. Que alimentam as esperanças da Coligação Juntos Por Guimarães. A nova candidatura do PAN e as características das candidaturas da CDU e do BE. Todas têm potencial de criar uma erosão de votos no eleitorado do PS.

À Direita o PSD e o CDS apresentam-se sob a égide da “Nova Energia”. Um lema que sintetiza o impulso que a candidatura pretende imprimir a Guimarães. Mas que também interpreta a necessidade de uma nova energia para fazer face aos novos desafios. E que constitui um contraponto perfeito ao lema da continuidade.

À direita temos ainda duas novidades. As candidaturas do Chega e da Iniciativa Liberal. A candidatura do Chega sendo esforçada é inconsistente. Insiste, e bem, no tema da corrupção. Apontando e criticando. Mas sem apontar caminhos concretos para prevenir e combater esta chaga. Por sua vez, a IL, infelizmente, apresenta uma candidatura que desilude. Que fica aquém da capacidade que, ao nível nacional, tem evidenciado de conciliar inovação com responsabilidade.

Estes partidos emergentes terão maior ou menor votação consoante o PSD e o CDS consigam ou não polarizar o ato eleitoral e construir uma verdadeira alternativa. Sem a perceção da alternativa, será inevitável o reforço destas estruturas partidárias. Em Guimarães, como a nível nacional.

Em Guimarães, estes partidos emergentes afirmam querer libertar Guimarães do socialismo. Mas a incapacidade de apresentação de alternativas evidencia que esta opção contribui para tudo menos para colocar Guimarães no caminho da liberdade. Quem quer libertar Guimarães do PS apenas tem um caminho verdadeiramente eficiente. É que ao nível das autarquias locais não há geringonças pós-eleitorais: a presidência da Câmara Municipal compete ao cidadão da lista que mais votos tiver.

Pese embora o trabalho respeitoso que é desenvolvido pelos atuais detentores políticos, Guimarães precisa de mais. Não pode bastar a continuidade. Guimarães precisa de uma nova energia. A mesma energia que concelhos como Braga e Vila Nova de Famalicão provaram e provam. Com efeitos muito positivos na respetiva qualidade de vida. Em 26 de setembro a palavra aos vimaranenses.

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