Eliminação da Violência Contra as Mulheres

No passado sábado, dia 25 de Novembro, assinalou-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Por todo o país foram várias as iniciativas em que se relembrou a importância deste dia e, sobretudo, da luta contra este flagelo que continua a fazer parte do dia-a-dia das mulheres.

Mariana Silva

Em Guimarães, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) promoveu um debate sobre as diversas violências que afetam as mulheres e que precisam de ser discutidas para que sejam eliminadas.
Para que as mulheres atinjam o patamar da igualdade e que deixem de ser alvo de descriminação, de abuso, de desprezo, de objetificação, de violência física e psicológica é preciso exigir mais e melhores políticas sociais.

Um longo caminho foi percorrido nestes quase 50 anos desde o 25 de Abril. As mulheres podem estudar, podem viajar, podem ocupar cargos políticos, podem viver sozinhas e são livres e iguais perante a lei. Precisamos de continuar este caminho, mas temos ainda muito para percorrer até que sejam cumpridos os direitos das mulheres inscritos na Constituição da República Portuguesa.
Ouvimos muitas vezes que as mulheres se vitimizam e devem é lutar pelos seus sonhos e objetivos, que estão ao alcance de cada uma. Muitas vezes nos questionam se valerá a pena em pleno século 21 falar em eliminação de violências contra as mulheres, ou assinalar o Dia Internacional da Mulher.

Nós respondemos que continua a fazer sentido assinalar estes dias enquanto a violência e a desigualdade tiveram lugar.

Enquanto continuarem a morrer mulheres em contexto de violência doméstica ou de namoro. Em Portugal, entre 2019 e 2022, foram assassinadas 93 mulheres e 7 crianças.

Enquanto as mulheres continuarem a ser mais mal pagas que os homens, tendo salários base, em média, 13% inferiores, uma diferença salarial que aumenta entre os mais qualificados. Enquanto continuarem a ter vínculos mais precários que os homens e estiverem mais expostas ao desemprego, representando mais de 50% da população desempregada.

Enquanto continuarem a ter que permanecer em contextos de violência física, psicológica e laboral porque a situação económica não lhes permite a liberdade de escolher estarem seguras.
Faz sentido assinalar estes dias e continuar a lutar por vidas dignas enquanto os Governos decidirem que têm que cortar nos serviços de saúde, sendo mulheres as primeiras afetadas. O encerramento de serviços de maternidade, no nosso país, obrigam as mães a percorrerem distâncias imensas para terem acesso a um parto seguro e aos primeiros cuidados de saúde dos seus bebés.
E relembro que o que está hoje a fazer o Governo PS já o quis fazer o Governo PSD em 2012 quando o ministro da saúde, Paulo Macedo, dizia que a regra era a existência de uma maternidade a uma hora de distância de qualquer localidade.

É com as mulheres que o MDM faz o seu percurso de mais de 50 anos, para que juntas possamos exigir a mudança, para que possamos ter as ferramentas que nos afastem de situações de violência, de perigo, de insegurança, de desigualdade.

Como diz a petição do MDM, que todos podem assinar, e que será entregue na Assembleia da República para aí ser debatida, lutamos contra as violências e pela igualdade na vida, pelo aumento de salários e pensões, pelo controlo dos preços e, sobretudo, pela contenção do aumento do custo de vida.

Com a Vozes ao Alto e em sintonia, dizemos que continua a fazer sentido assinalar estes dias, exigimos que se acabe com a violência e não permitiremos retrocessos na vida e nos direitos das Mulheres.

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