EM GUIMARÃES HÁ 15 MIL ELEITORES FANTASMA

O número de eleitores não devia exceder os 130 mil, ou seja: há cerca de 15 mil eleitores “fantasma no concelho”.

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Em Portugal há quase mais 850 mil eleitores registados do que população em idade de votar. Em todo o território, de acordo com o último recenseamento eleitoral, há 9,4 milhões de eleitores. Este devia ser o número de eleitores nas próximas autárquicas, em outubro. Sucede que o Instituto Nacional de Estatística afirma que a população maior de dezoito anos a residir em Portugal é de somente 8,5 milhões.Em Guimarães há 155 214 residentes, no total (números da Pordata) e há 144 631 eleitores registados nos cadernos eleitorais. Basta fazer retirar aos residentes os menores de 15 anos, que segundo a Pordata são 21 574, para percebermos que não poderíamos ter mais de 133 640 .  Nesta conta ainda não estamos a considerar a os residentes com idade entre os 15 e os 18 anos, que também não podem votar, simplesmente porque, para efeitos estatísticos a Pordata divide a população entre os que estão em idade ativa, entre os 15 e os 65 anos, os que têm menos de 15 anos e os que têm mais de 65. Neste caso iriamos obter um número que devia rondar os 130 mil, ou seja: há cerca de 15 mil eleitores “fantasma no concelho”.

Parte da explicação pode estar na emigração, por muitos vimaranenses que abandonam o país continuarem a manter no Cartão de Cidadão uma morada no concelho. A Comissão Nacional de Eleições levanta a possibilidade de haverem alguns casos de mortos não declarados que inflacionam o recenseamento eleitoral.

A diferença entre eleitores registados e população em idade de votar é muito maior no Interior do país, chegando em alguns casos a haver concelhos com mais 50% de eleitores do que de população, tais como: Vila Pouca de Aguiar, Porto Moniz, Vila Nova de Paiva, Ribeira de Pena, Vimioso ou Boticas. O concelho onde se regista maior diferença é o de Montalegre, em Vila Real, com 76%.

Esta diferença pesa ao Estado, porque aumenta a despesa com vereadores e membros de juntas de freguesia, mas pode interessar aos partidos que assim vêem inflacionado o financiamento das campanhas.

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