ENTRE LATAS, A EUFORIA DOS CALOIROS E AS SAUDADES DOS MAIS VELHOS
Na latada, celebra-se com cerveja, as cordas vocais são testadas e a alegria impera.
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O centro histórico da cidade pertenceu, esta tarde, aos alunos da Universidade do Minho. Na latada, celebra-se com cerveja, as cordas vocais são testadas e a alegria impera.
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Esta quarta-feira, os estudantes tomaram Guimarães e nas suas ruas fizeram a festa. As latas arrastaram-se pelo chão, calcorreando as artérias do centro histórico ao compasso daquela espécie de desfile. O propósito? A tradicional latada, em que os caloiros são os protagonistas e os mais velhos os guiam pelos vários pontos.
Muitos terão acabado o dia roucos, e não é para menos. Se um curso entoa o mais alto possível o seu hino de frente para a Torre da Alfândega, tricórnios (ou mãos, no caso dos caloiros) ao peito, outro salta para dentro do chafariz do Largo do Toural em conjunto, numa explosão de alegria que faz a água transbordar. Junte-se uma coisa à outra (sem esquecer uma ou outra cerveja) e tem-se uma garganta condicionada para os seguintes dias de festa, já que a Receção ao Caloiro se estende pela semana e termina no sábado, o último dia de concertos no Multiusos.
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João, 18 anos, contou que as latas se foram “arranjando”: “Fomos pedindo a restaurantes, a cafés, algumas tínhamos em casa.” Segundo o aluno do primeiro ano do curso de Arquitetura, na latada “canta-se o hino de curso, o ‘haka’” e fazem-se saudações ao presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, para além daqueles que ocupam o topo da hierarquia da praxe.
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Para muitos, é o início do fim da aventura na Universidade do Minho. “Ainda não tinha pensado nisso!”, disse Raquel, 19 anos, estudante de Relações Internacionais. “Espero que seja a última latada, mas isto é sempre bom”, contou. Tanto para Raquel como para Mariana, do mesmo curso, a latada é ainda melhor “quando ainda se é caloiro”. E a mesma opinião tiveram alguns dos finalistas de Arquitetura, bem como Rita, estudante de Design e Marketing de Moda. “Sinto saudades, muitas”, disse a jovem de 20 anos. Segundo os mais velhos, esta é uma “oportunidade para os caloiros representarem o seu curso” e também “um início”. Daqui a dois anos, serão os caloiros de hoje no papel deles. E a tradição vai-se passando.
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