Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais Guimarães“Entende-se por violência doméstica toda a violência física, sexual ou psicológica que ocorre em ambiente familiar e que inclui, embora não se limitando a maus tratos, abuso sexual das mulheres e crianças, violação entre cônjuges, crimes passionais, mutilação sexual feminina e outras práticas tradicionais nefastas, incesto, ameaças, privação arbitrária de liberdade e exploração sexual e económica”, pode ler-se na resolução do Conselho de Ministros nº 88/2003, de 7 de julho).

Embora maioritariamente exercida sobre mulheres, a violência doméstica atinge também, direta ou indiretamente, homens, crianças, jovens, idosos e outras pessoas mais vulneráveis, como os cidadãos com algum tipo de incapacidade.

Esta semana ficamos chocados, pela proximidade do acontecimento, pela notícia da morte de uma mulher em Felgueiras, à porta do seu local de trabalho, assassinada pelo seu ex. companheiro com dois tiros de caçadeira. Ter conhecimento de um episódio desta barbárie tem que nos deixar sobressaltados.

Sílvia Mendes, a mulher abatida a tiro na segunda-feira, foi a 13.ª vítima mortal da violência conjugal no nosso país este ano. Segundo a Comissão para a Igualdade de Género, com informação baseada em estatísticas da Polícia Judiciária, está a dar-se um aumento da um aumento deste tipo de violência, já que em 2021, tinham morrido 16 mulheres nos 12 meses.

Sabendo que a violência tem sido perpetrada maioritariamente por companheiros ou ex-companheiros das vitimas, temos a obrigação, todos e cada um, de nos mantermos alerta perante sinais de “anormalidades” nos relacionamentos, e denunciá-las caso percebamos comportamentos inaceitáveis. Entre marido e mulher, ou em qualquer situação de violência, metamos claramente a colher. É uma questão de consciência.