Uma protetora das grávidas junto ao castelo de Guimarães, uma árvore que abençoa os namorados, uma batalha evocada numa estátua de faces opostas, tábuas vermelhas régias ligadas a uma morte e a água perfeita para os cutileiros.
Estas são lendas e mitos que vão ser reconstruídos no sábado, na cidade-berço, por jovens criadores de várias áreas artísticas. “Estórias Performativas – Espetáculo de Percurso” tem início às 21h00 na Igreja de S. Miguel e, a cada 30 minutos, prossegue com outra lenda e outro local, neste caso para a extensão do Museu Alberto Sampaio (MAS), para o Posto de Turismo e para o MAS.
“Vamos reavivar para o público em geral as estórias da minha cidade, através da nova geração artística que também sente Guimarães de forma especial”, frisa Rute Fernandes, que coordena o projeto no âmbito do seu mestrado em Comunicação, Arte e Cultura da Universidade do Minho, com apoio do Município de Guimarães e envolvendo uma vintena de autores e intérpretes.
A iniciativa consegue aliar em simultâneo os espaços e o imaginário vimaranense. A representação pretende trazer “um olhar diferente”, como uma exposição de fotografia a partir da protetora das grávidas, uma peça teatral sobre as tábuas vermelhas, um desfile de moda alusivo às duas caras, uma encenação a evocar a árvore dos casais e a galeria de imagens sobre a água ímpar dos cutileiros. “Para mim, esta é a cidade dos reencontros, por isso é a ideal para reencontrar estórias e pessoas”, salienta Rute Fernandes, notando que há um manancial de estórias locais a explorar. O espirro de D. João I, a cantarinha dos namorados, o milagre da oliveira e a relíquia da Santa Cabeça são outras conhecidas narrativas da cultura popular.