Estratégia para o Turismo… ou a falta dela
O turismo em Guimarães não pode, nem deve, ser pensado e formatado para o que já existe, para o pré-definido, para os mesmos roteiros e experiências ou até mesmo para as mesmas histórias e lendas. Guimarães deve olhar para esse setor de forma clara, robusta e acompanhando sempre a sua evolução, cada vez mais rápida. Infelizmente, isso não tem acontecido.
Em 2018, a AVH apresentou um documento com ideias e propostas para o turismo. Ideias claras, reais e exequíveis, que poderiam certamente ter colocado Guimarães noutro patamar. Não me refiro apenas à simples ideia de ter o Castelo e o Paço dos Duques com números recordes, porque isso não ilustra o sucesso dos agentes que estão ligados ao setor. Falo sim de propostas:
1 – Reforçar a visibilidade de Guimarães como destino turístico, cultural e de lazer, tanto internamente como no estrangeiro;
Nas últimas duas décadas foi feito um trabalho meritório por parte do município no desenvolvimento do sector do turismo em Guimarães. Está à vista de todos. Contudo não pode Guimarães estar só dependente daquilo que é a estratégia do Turismo Porto e Norte, que cada vez mais não serve os interesses de Guimarães.
Devemos ter a nossa própria estratégia de comunicação e de promoção de Guimarães como destino. Devemos estar constantemente presentes nos mercados de proximidade como é a região norte e Galiza. Temos de conseguir quebrar a sazonalidade, com uma estratégia de comunicação forte e constante daquilo que é Guimarães enquanto comercio, restauração, atividades culturais e sociais. Não basta esperar que esteja sol para recebermos pessoas: temos de convidá-las, lembrando sempre que Guimarães é cidade de verão e de inverno também.
2 – Melhorar o acolhimento e o conforto de quem visita a cidade;
O conforto de quem nos visita tem também de ser o conforto de quem cá vive. Não há conforto para turistas que não seja o conforto para quem vive e trabalha em Guimarães. Quando criarmos mais zonas de pedonalização, quando tivermos mais praças e espaços renovados, não só teremos com isso mais conforto para quem nos visita, mas teremos também mais condições de vida para todos os vimaranenses, quer vivam eles no centro da cidade ou fora dele. A ideia de renovação do espaço público tem de estar assente numa melhoria para todos os cidadãos.
Urge a renovação do Largo Condessa de Juncal, urge tirar o trânsito daquela zona, para que todos ganhem com isso. Urge, essencialmente, devolver às pessoas mais condições de habitabilidade e de negócio, pois ao contrario do que se diz, ambas são perfeitamente compatíveis. Não podemos é alimentar o discurso de “uns contra os outros”.
3 – Desenvolver mais atividades que cativem a população da região e turistas a escolher a nossa cidade.
Ao longo destes quase seis anos, a AVH tem tentado promover atividades que dinamizem a nossa cidade, criando assim mais-valias para os associados que representamos. Mas muito mais do que isso, Guimarães deve afirmar-se como destino para conferências, congressos, grandes espetáculos culturais, competições desportivas europeias ou mundiais, entre muitas outras que fariam de Guimarães uma cidade menos sazonal.
São estas atividades que dinamizam não só o setor hoteleiro, mas também todo o setor de serviços, comércio e restauração. Por isso mesmo, deve haver por parte do município uma estratégia que permita que a cidade consiga ser mais do que dois monumentos históricos e que expanda desta forma o seu leque de oferta turística.
Esperemos que, e ao contrário da “garra vimaranense”, Guimarães consiga olhar para o futuro de forma a crescer ao mesmo ritmo dos seus agentes turísticos, pois o sucesso das estratégias implementadas será o sucesso de todos os agentes económicos e também de todos em Guimarães.
A AVH estará, como sempre esteve, do lado da solução, da harmonia e do bem estar de todos. Apresentará propostas, ideias e condições para que o nosso setor possa ser cada vez mais e melhor. Não tenho dúvidas de que com diálogo entre todos os setores o município conseguirá fazer crescer a qualidade do setor do turismo em Guimarães, pois se existe margem para crescer, então cresceremos todos.
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