Exclusão do Centro Ciência Viva da Rede Nacional “é humilhação”, diz oposição
Mas a vereadora Adelina Pinto garante que é apenas “um standby” e que a Câmara, com a aquisição do terreno para um novo centro, vai resolver a questão para o Curtir Ciência voltar à Rede Nacional.

O Centro Ciência Viva de Guimarães foi oficialmente excluído da Rede Nacional de Centros de Ciência Viva, na sequência de uma auditoria realizada pela Agência Nacional, em dezembro de 2023, que apontou “problemas graves”, incluindo a degradação das infraestruturas, obsolescência de conteúdos e equipamentos, bem como falhas no funcionamento e segurança do espaço.
O centro está instalado, desde dezembro de 2015, numa antiga fábrica de curtumes, na zona de Couros, reconhecida como Património da Humanidade pela UNESCO, em setembro de 2023. A Câmara é proprietária de um terreno contíguo que já adquiriu e há planos para reabilitar o edifício existente e para a construção de um novo, o que não deverá acontecer neste mandato.
O Município de Guimarães e Universidade do Minho decidiram, em Assembleia Geral, a 17 de março, alterar o nome da instituição para Associação Curtir Ciência. A deliberação foi registada, através de escritura pública, no dia 19, e foi levada como informação à reunião do Executivo desta segunda-feira, dia 22. A decisão levou à alteração dos estatutos da entidade.
De acordo com Ricardo Araújo, vereador do PSD, a exclusão do centro representa “uma humilhação para Guimarães” e responsabiliza diretamente o atual Executivo Municipal.
O líder social-democrata citou a resposta da presidente da Rede Nacional de Centros de Ciência Viva, Rosália Vargas, que justificou a exclusão com base em uma deliberação unânime da Comissão de Acompanhamento da Rede. Entre os motivos apontados estão “o estado de degradação infraestrutural do espaço, o elevado grau de desatualização de conteúdos, o caráter obsoleto dos módulos expositivos e as graves falhas de funcionamento, incluindo situações de risco para a segurança”. Aqui, Adelina Pinto, vereadora responsável, fez questão de realçar que houve um contraditório da parte da autarquia que não surtiu efeito.
Ricardo Araújo lamentou ainda que, “após mais de uma década de reivindicação para a criação do centro, o projeto não tenha sido adequadamente mantido ou desenvolvido”, referindo que “a Câmara, liderada pelo PS, não foi capaz de assegurar a sua manutenção, nem de cumprir compromissos de expansão ou criação de um novo espaço com melhores condições”, acusou. Entende o PSD que o futuro da associação, agora fora da Rede Nacional, “levanta incertezas quanto à sua missão e atividades”.
“Não é uma humilhação, é um standby ”, Adelina Pinto
Mas Adelina Pinto garante que todas as ações e atividades se mantêm de acordo com o que é possível para seniores e escolas. Referiu ainda que ao longo dos últimos 10 anos “a Câmara tem trabalho feito”, realçando que “há imensos centros de ciência que não estão ligados à Rede Nacional, portanto, não é uma humilhação”.
No entanto, a vereadora reconhece que “é, obviamente, um pé atrás”: “Fizemos um esforço enorme para abrir o centro, com os três parceiros, nomeadamente a Universidade do Minho, a Câmara e a Agência Nacional, e foi este o objetivo sempre, isto é, construir o novo espaço no terreno que é adjacente”.
O Município de Guimarães é proprietário de um terreno contíguo à Fábrica Âncora, onde atualmente funciona o Curtir Ciência, e tem como objetivo construir ali um edifício para albergar o centro. “Não é uma humilhação, é um standby e acreditamos, obviamente, que construiremos o outro centro e teremos depois condições” para voltar a integrar a Rede Nacional. Adelina Pinto lembra que o Curtir Ciência continua a trabalhar “nas nossas escolas, nas IPSS, temos feito um trabalho maior ainda”.
Na sessão, Domingos Bragança também interveio, na sessão, para dizer que um dos promotores, nomeadamente, A Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, “nunca contribuiu em Guimarães para o projeto, como o fez em Lisboa e no Porto”. “A Agência tem também a sua responsabilidade”, rematou.
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