Falta de Professores nas AEC’s aumenta desigualdade nas escolas de Guimarães

A ausência de professores nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) tem gerado desigualdade na oferta educativa nas escolas de Guimarães, especialmente nas artes performativas. A preocupação foi levada à reunião de câmara por Emília Lemos, vereadora do PSD eleita pela coligação Juntos por Guimarães. Adelina Paula Pinto, vereadora da Educação, que participou na reuinião por videoconferência, reconhece que este tem sido um problema nos últimos dois anos, mas garante, que em Guimarães "não se tem notado tanto".

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Adelina Paula Pinto, vereadora da Educação, começou por sublinhar que o município sempre encarou as artes performativas como “um ponto de honra” dos objetivos educativos, considerando ser “fulcral” para o desenvolvimento dos alunos em Guimarães. “Para nós, faz todo o sentido que as crianças tenham estas atividades. Além das aprendizagens em sala de aula, estas atividades permitem-lhes acesso a vários espetáculos na cidade”, afirmou.

A vereadora da Educação expressou a sua preocupação em dois níveis. “Preocupa-me, em primeiro lugar, porque as escolas da cidade não sentem tanto essa falha e têm conseguido oferecer estas oportunidades, enquanto as escolas da periferia são as que mais sofrem com a falta de recursos. Temos hoje crianças que estão acostumadas a ter o seu tempo todo muito ocupado, o que exige uma mudança na forma como organizamos as atividades. Há alguns anos, não existiam AEC’s e as crianças passavam esse tempo a brincar. O que me preocupa agora é que temos muitas crianças que passam longas horas na escola sem a devida ocupação e não têm capacidade para encontrar soluções dentro da escola para passar o tempo”, contou.

Adelina Paula Pinto, reconheceu o desafio e apontou as dificuldades enfrentadas pelo município. Explicou que o horário das AEC’s , que se realiza entre as 15h30 e as 17h30, como estipulado pelo Governo, torna a organização destas atividades complexa e requer o dobro dos profissionais. “Nós temos nas 58 escolas, as AEC’s  a funcionar ao mesmo tempo. No despacho do Governo diz que elas são privilegiadamente no final do dia. Isto dá-nos um tempo muito curto. Nós precisamos do dobro das pessoas para dar este tipo de atividades. Todos os município sestão a tentar soluções para as AEC’s através de entidades desportivas locais”.

 

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

“É uma preocupação muito grande para mim. Temos tentado encontrar outras soluções, como a música, o conservatório e as artes plásticas, mas o que sabemos é que, apesar de termos dez candidatos novos, na semana seguinte, três ou quatro já são chamados para outras escolas e acabam por abandonar as vagas.” Para a vereadora, a solução para este problema deve ser “pensada de forma mais estratégica”.

Emília Lemos, na sua primeira intervenção como vereadora do PSD eleita pela coligação Juntos por Guimarães, manifestou preocupação com a situação, afirmando que “há falta de professores nesta área e há escolas que têm turmas com essa oferta e outras não, o que gera uma desigualdade”. A vereadora criticou os esclarecimentos prestados pela Câmara Municipal como “insuficientes” e recordou que o problema já havia surgido no ano anterior. “Creio que na altura já deviam ter providenciado novas valências e a câmara já devia ter revisto isto. Já estamos quase no final do primeiro período e há vários agrupamentos com falta de oferta de artes performativas”, reforçando que o problema devia ter sido resolvido antes de iniciar um novo ano letivo.

Para Emília Lemos, a solução pode estar na autonomia das escolas para organizarem as AEC’s com apoio local, permitindo que ajustem as atividades conforme os recursos disponíveis. “Não é necessário que todas as escolas tenham as mesmas atividades, como desporto e artes performativas. Podem optar por outras como música, TIC ou inglês, por exemplo, que também beneficiem os alunos”, defendeu, reforçando que “nas próprias escolas, podem haver recursos que, naquelas horas, podem prestar esse serviço à escola”.

A oposição acredita que “se não há professores de artes performativas, tem de haver outra solução”, referindo que “a câmara tem de tentar arranjar outra solução”. “As artes performativas são importantíssimas, sem dúvida, mas se não há professores suficientes para os catorze agrupamentos, é um serviço que não está a ser garantido”, concluiu.

 

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

PUBLICIDADE

Ribeiro & Ribeiro
Instagram

JORNAL

Tem alguma ideia ou projeto?

Websites - Lojas Online - Marketing Digital - Gestão de Redes Sociais

MAIS EM GUIMARÃES