A imagem de Nossa Senhora do Carmo da Penha voltou à sua morada no santuário, no alto da montanha, este domingo. Como de costume, o andor de nossa senhora foi precedido por fanfarras, escuteiros, representações de todas as paróquias do arciprestado de Guimarães e Vizela e associações de antigos militares.

Atrás, vinham muitos milhares de vimaranenses, que no terreiro do santuário se juntaram aos que fizeram a subida mais cedo. Já a missa decorria, ainda havia quem continuasse a percorrer o caminho, gente com promessas para pagar, mas já sem fôlego para acompanhar a romaria. Este ano, com momentos em que pequenos aguaceiros ameaçavam tornar-se numa chuva a sério, o terreiro não esteve tão cheio para a missa campal como em outras datas mais solarengas.

© Rui Dias

Quando o cónego José Paulo Abreu deu início à missa, pelas 11h00, alguns dos fiéis já se faziam ao caminho para regressar à cidade. Muitos optam por vir mais cedo depois de fazerem as suas orações no santuário, antes “de se instalar a confusão”. É o caso da família Fonseca: Nem 10h30 eram ainda e já estavam a chegar. “Vamos ali, rezar um bocadinho e depois veremos se ficamos para a missa”, referiu António Fonseca.

Com o tempo cinzento e uma chuva miudinha a cair em alguns momentos, o terreiro do santuário não encheu tanto como nos anos em que a meteorologia esteve mais favorável. O senhor Ferreira subiu até à Penha, com os seus joelhos doridos, em pagamento de uma promessa. Para baixo, voltou de carro, “a promessa era só subir e os meus joelhos já não aguentam a descida”, diz a sorrir. “Agora vou ver a transmissão da missa na TVI”, acrescenta.

Transmissão televisiva permite fugir à chuva

No caminho para a cidade o senhor Ferreira passa por muita gente a descer a pé, mas também se cruza com alguns que ainda vão fazendo a subida num passo mais lento. “Estes ainda estão pior do que eu”, brinca o vimaranense de 82 anos.

© Rui Dias

A Grande Peregrinação à Penha é maior manifestação religiosa do concelho de Guimarães, realiza-se no segundo domingo de dezembro, desde 1894, embora o culto a Nossa Senhora naquele local remonte ao século XVIII. O andor com a imagem de Nossa Senhora sai da igreja de Nossa Senhora da Oliveira, no Centro Histórico, com fanfarras, escuteiros e representações de todas as paróquias do arciprestado de Guimarães e Vizela, efetuando o percurso de subida à Penha (também conhecida como monte de Santa Catarina) pela freguesia da Costa.

Pelo jornalista Rui Dias.