Febras em contagem decrescente: Briteiros prepara-se para dois dias de rock

Com The Dandy Warhols, Linda Martini, Travo, Paraguaii, Growing Circles e José Pinhal Post-Mortem Experience, o Rock no Rio Febras volta a afirmar-se como um dos grandes festivais de verão portugueses, sem esquecer as raízes comunitárias de Briteiros. É já sexta e sábado.

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A Quinta da Ponte, em Briteiros, volta a transformar-se nos dias 25 e 26 de julho num verdadeiro santuário do rock com o Rock no Rio Febras, festival que esgotou em poucas horas e que, este ano, aposta em duas novidades: zona de campismo e caravanismo e uma programação que cruza projeção internacional com identidade local. Organizado pela Casa do Povo de Briteiros, o festival mantém a sua lógica solidária, com alimentação e bebidas servidas por voluntários, e o compromisso de ser “uma festa da comunidade para o mundo”. A receita reverte integralmente para as valências sociais da instituição.

Com mais de 10 mil visitantes em 2024, o Rock no Rio Febras aposta este ano num formato alargado a dois dias, mais infraestruturas e maior ambição. Mas, como sublinha Pedro Conde, programador do festival, o espírito mantém-se: “Isto começou como um projeto comunitário e continua a sê-lo. A diferença é que agora temos um palco que já é referência nacional e cada vez mais internacional”.

A animação entre concertos será assegurada por DJ sets de espaços icónicos da região como Oub’Lá, Route 66, El Rock, Batô, Cunha e 21, numa celebração contínua do que se faz de melhor na cena alternativa local. O Rock no Rio Febras 2025 é, mais do que um festival, uma afirmação cultural, social e musical que leva Briteiros e Guimarães a merecidos destaques no mapa dos grandes eventos de verão.

The Dandy Warhols: os reis do rock psicadélico encerram digressão em Briteiros

Formados em Portland em 1994, os The Dandy Warhols são os cabeças de cartaz internacionais desta edição. Conhecidos por sucessos como Bohemian Like You e álbuns emblemáticos como Thirteen Tales from Urban Bohemia, chegam a Guimarães para fechar a sua digressão europeia com um concerto exclusivo. O mais recente álbum, Rockmaker (2024), traz colaborações de peso com Frank Black, Debbie Harry e Slash, um reflexo da influência transversal do grupo.

Linda Martini: os veteranos do rock alternativo português voltam com nova formação

Com mais de duas décadas de carreira, os Linda Martini continuam a ser uma das bandas mais relevantes do rock nacional. O álbum Passa-Montanhas, lançado em janeiro de 2025, marca a estreia de Rui Carvalho (Filho da Mãe) na guitarra e apresenta um novo momento de introspeção coletiva. O quarteto lisboeta promete um concerto intenso, emocional e visceral, com letras em português e guitarras afiadíssimas.

Travo: a tempestade psicadélica entre Braga e o mundo

Vindos de Braga/Porto, os Travo são um dos nomes mais explosivos do cartaz. Com uma sonoridade que mistura heavy psych, prog-rock, thrash e garage, ganharam notoriedade com o álbum Astromorph God (2023). Este ano, fizeram história ao serem a primeira banda portuguesa a gravar uma sessão na KEXP, além de passagens sonantes pelo Eurosonic 2025 e pelo Transmusicales de Rennes. No Rock no Rio Febras, prometem um espetáculo de pura eletricidade.

Paraguaii: os alquimistas sonoros de Guimarães

Com base em Guimarães, os Paraguaii são um trio que tem surpreendido ao cruzar pop eletrónica com ambientes densos e imersivos. O álbum Après Ski, lançado em novembro de 2024, inclui o single Waiting in the Mountains e confirma a maturidade sonora da banda. Uma viagem entre a introspeção melódica e a euforia rítmica, com atmosferas cinemáticas e identidade muito própria.

Growing Circles: grunge introspectivo e estreia de EP no palco da terra

Formados em 2012 por ex-membros dos Dark Memory, os Growing Circles representam a vertente grunge e post-rock da cena vimaranense. Com a entrada de David Cunha como vocalista em 2022, a banda lançou o single Let Me Go em 2024 e prepara-se agora para apresentar o seu primeiro EP em estreia absoluta. Texturas sombrias, progressões densas e uma estética crua caracterizam o seu som.

José Pinhal Post-Mortem Experience: baile revivalista com punk e ironia

Nem só de guitarras distorcidas se faz o cartaz. Os José Pinhal Post-Mortem Experience resgatam com humor e irreverência o repertório romântico e kitsch de José Pinhal, artista de culto de Matosinhos. O coletivo, que junta músicos da Favela Discos, da Suave Geração e da cena underground do Porto, promete um espetáculo entre o tributo e a festa, já rodado em festivais como Paredes de Coura, Festival F ou Bons Sons.

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