Feira semanal: Comerciantes não sabem até quando vão conseguir manter preços
Comerciantes antecipam uma grande crise.
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Em todos os produtos e serviços é notório o aumento significativo dos preços. Se por um lado os consumidores se esforçam para fazer face às crescentes despesas, também os comerciantes se encontram numa situação angustiante.
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O Mais Guimarães visitou, na passada sexta-feira, a feira semanal de Guimarães de forma a conhecer a realidade vivida por aqueles que se dividem pelas feiras da região.
Marcelino Rodrigues vende roupa interior na feira semanal de Guimarães há 40 anos e garante que “a carteira das famílias está cada vez pior”. Não só nos compradores habituais, como nos emigrantes, nota-se uma diminuição do poder de compra”, que deverá resultar “numa grande crise”.
O comerciante garante que já está a pagar mais pelos seus produtos aos fornecedores, mas ainda está a evitar aumentar o preço ao cliente final. “Não queremos que as pessoas pensem que nos estamos a aproveitar por ser época de emigrantes, mas a verdade é que já estou a ganhar menos”, admitiu.
Carina Viegas, por outro lado, apenas começou a trabalhar nas feiras este verão. Apesar não conhecer a realidade vivida nos anos anteriores, garante que “as pessoas têm notado muito as subidas de preço”. Por consequência, “apenas vêm quando têm mesmo necessidade” e questionam frequentemente o porquê da subida.
“Para nós é muito complicado porque percebemos o lado do comprador, mas não conseguimos manter os preços e chega a uma altura em que temos mesmo que os subir”, confessou a vendedora de têxteis-lar.
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Para Maria de Lurdes Fernandes, “as feiras já não são como antigamente”. “O Governo não faz nada por aumentar os salários. Naturalmente que as pessoas não se podem alargar muito com os baixos salários e têm que economizar mais, nomeadamente para a alimentação”, referiu, acrescentando que “até os emigrantes compram muito menos”.
Como o seu negócio passa pela venda de vestuário, a situação é ainda pior. “Em vez de levarem dois pares de calças, levam apenas um. Optam por lavar mais a roupa e evitam comprar nova, justificando que têm de comprar à medida que chegam os salários”, disse.
“Tenho aqui material que já aumentei. O cliente reclama e tem razões para isso, mas eu também não posso tirar do meu bolso para dar ao cliente”, finalizou a comerciante.
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