Francisca Abreu

Por Rui Dias.

FRANCISCA-ABREU

Nome completo:
Francisca Maria da Costa Abreu

Data de nascimento:
22 de janeiro de 1954

Naturalidade:
Vilarinho , Santo Tirso

Profissão:
Professora/ Ex-vereadora da
Câmara Municipal de GuimarãesFrancisca Abreu foi vereadora da Educação e da Cultura entre 1998 a 2013 na Câmara Municipal de Guimarães. O seu corpo partiu na quarta-feira, dia 26, vítima de um acidente vascular cerebral, a sua memória perdurará como a Capital Europeia da Cultura, a que esteve intimamente ligada e que mudou para sempre a cidade.

“A minha mãe era solteira. O meu pai rejeitou-me desde que nasci. Era filha de pai incógnito. Não tinha pais. Tinha mãe. Foi sempre claro para a minha mãe que me tinha que dar a carta de alforria. Essa carta de alforria eram os estudos”, palavras inesquecíveis ditas numa entrevista à revista Mais Guimarães, em 2015. O ensino trouxe-a lá do fundo, onde nasceu, até à importância que ganhou na vida de todos os vimaranenses. A passagem da sua vida pela qual ficará mais conhecida, foi fugaz mas recheada, foi ao ensino que dedicou quase toda a vida ativa, como professora do ensino secundário.

Nascida em Vilarinho, Santo Tirso, Francisca Abreu frequentou o ensino secundário no Liceu Nacional de Guimarães, tendo sido interna do Colégio do Sagrado Coração de Maria, onde integrou o grupo juvenil que aí desenvolveu uma marcante intervenção cultural. Na década de 1970 frequentou a Universidade de Coimbra onde foi ativista estudantil.

Licenciada em Filologia Germânica, foi professora e dirigente em diversos estabelecimentos de ensino até ser colocada na Escola Secundária Martins Sarmento, em 1982/1983, vindo ali a ser eleita Presidente do Conselho Executivo durante dez anos de 1987 a 1998.

De 1994 a 1998 foi deputada à Assembleia Municipal de Guimarães. Em 1998 tomou posse como Vereadora da Câmara Municipal sendo-lhe atribuídos os pelouros da Educação e da Cultura e a presidência da Cooperativa Municipal A Oficina.

É como vereadora da cultura e presidente de A Oficina que desenvolve um abrangente e intenso programa de criação e instalação de equipamentos e de produção artística que afirmou Guimarães, no início do século XXI, como polo central da cultura de todo o noroeste peninsular e era membro do Conselho Consultivo da organização internacional Cities for Europe.

É a sua assinatura que consta na elevação do Centro Histórico a Património da Humanidade e foi ela impulsionou a candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura.

O sucesso de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 constituiu exemplo para toda a Europa de como uma cidade média, a partir do envolvimento de toda a população, pode realizar um evento de amplitude europeia, ficando em muito a dever-se à visão cosmopolita, arrojada e integradora, da então vereadora Francisca Abreu.

A herança e marca que deixou nos seus mandatos, quer no domínio da educação e da cultura, com o caráter interventivo com que sempre, desde a juventude, pautou a sua forma de ser cidadã e a sua permanente disponibilidade e dedicação à comunidade foi reconhecida pelos vimaranenses.

Foi reconhecida em 2019 com a Medalha de Mérito Cultural Municipal em ouro, fruto do histórico legado que deixou na cidade de Guimarães. Foi responsável pela candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura e foi membro do Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães, instituição criada para criação, gestão e realização do programa cultural de Guimarães 2012.

No momento da partida, colheu elogios da esquerda à direita, mesmo daqueles que, por diferenças de opinião, tiveram com ela “lutas” políticas.

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