Francisco de Holanda venceu Torneio de Retórica
A Escola Francisco de Holanda sagrou-se campeã do Torneio de Retórica de Guimarães ao debater contra a Escola Secundária Martins Sarmento. A competição, que é destinada a alunos do 11.º ano das escolas do concelho, contou com debates de temas relevantes, como a circulação automóvel no centro histórico da cidade. O torneio, promovido pela Associação Artística Vimaranense (ASMAV) e com apoio da Câmara Municipal, reforça o envolvimento dos jovens na cidadania e no pensamento crítico.
Francisco Teixeira, presidente da ASMAV, destacou a importância deste projeto na formação cívica dos jovens, contrariando a ideia de que a juventude está distante da política e da cidadania. “O que este torneio prova é que há jovens de excecional qualidade e motivação cívica e pública. Frequentemente, diz-se que os jovens têm pouca motivação para a política, mas isto mostra que não é verdade”, afirmou. Francisco Teixeira, que também é professor de filosofia, realçou também o impacto do torneio na comunidade escolar e nas famílias, tornando-se “um projeto transversal de todo o concelho”. Quantos aos ganhos, acredita haverão jovens melhor informados e com mais entusiasmo na vida pública. “Vamos ter jovens motivados para a vida cívica, política e social. Não estarão apenas volvidos para a sua empresa, a sua vida profissional e para a sua família, mas sobretudo, estarão motivados para o bem comum. Vendo estes jovens a debater há meses, há todas as razões para ter esperança de que, isto, tem tudo para correr bem”, afirmou.
“Quem assitiu a estes debates, sabe que estes jovens preparam-se com muito rigor, que não se vê e não se ouve em todos os adultos. Por exemplo, um dos debates foi o ‘sim ou não’ ao corte do trânsito no centro histórico e foi talvez dos melhores debates deste Torneio de Retórica, com um nível de profundidade que ainda não vi a debater em Guimarães e estes jovens debateram-no muito bem”, reforçou o professor.
Maria Mesquita, Margarida Santos e Diogo Ribeiro, foram os grandes vencedores do Torneio de Retórica que debateram em representação da Escola Francisco de Holanda. Ao Mais Guimarães, os vencedores mostraram-se entusiasmados com a vitória. “É inacreditável até certo ponto, não por falta de trabalho, mas sobretudo, saber que é o fim e saber e que tivemos sucesso é uma sensação incrível. Trabalhamos muito para isso”, garantiram. Quanto às vantagens, acreditam que esta iniciativa é uma mais valia para serem mais conscientes na tomada de decisões. “Isto sempre nos ajudou a procurar mais informação sobre os temas, ao invés de tomar decisões apressadas. Também nos ajuda a debater melhor e a definir melhor a nossa opinião para que, no futuro, consigamos tomar melhores decisões e nos tornarmos melhores cidadãos”.
Sofia Pinto, Victoria Xavier e Afonso Tadeu foram os representantes da Escola Martins Sarmento, e apesar de não terem vencido a final concelhia, garantem que “estão com a sensação de dever cumprido, com uma grande satisfação por representar a nossa escola e fizemo-lo com muito orgulho.” Os alunos reconhecem que este projeto lhes acarreta um conjunto de competências que levarão para vida. “Aprendemos a ouvir, a pesquisar, a defender coisas com o qual não concordamos e a aprendemos sobretudo, a não ter crenças não pesquisadas”, reforçam. “Este evento é muito enriquecedor. Vamos tentar persuadir toda a gente a participar porque acabamos por desenvolver competências que antes não tínhamos e, sem dúvida, que é uma experiência que vale a pena”.
Paulo Lopes Silva, em representação da Câmara Municipal de Guimarães, elogiou a qualidade dos debates. “Fiquei muito surprendido com a qualidade deste torneio. É muito importante este trabalho do ponto de vista da formação cívica e da formação cidadã para ser capaz de introduzir essas caraterísticas, por um lado, com a qualidade com que fazem o debate, mas também da forma como estudaram aprofundadamente os temas e, tecnicamente, estavam a discutir como especialistas”.
Segundo o vereador, a iniciativa contribui para formar cidadãos preparados para participar em discussões com argumentos sólidos e bem fundamentados. “Eu espero que traga cidadãos mais ativos do ponto de vista da participação cidadã, se isso significar, gente interessada na participação na política de uma forma direta, seria ótimo, caso contrário, é muito bom na mesma. O que importa é construir cidadãos mais capazes de participar de uma forma mais sustentada nas discussões com base em argumentos e fontes de informação fidedignas”, atestou. No final do discurso, o vereador conferiu que “seguramente, o município continuará a apoiar este projeto”.
Este ano o torneio juntou mais de 1700 alunos e, aproximadamente, 70 turmas do concelho. Ao longo de cinco meses, estes jovens enfrentaram os mais diversos temas da vida contemporânea, como a legalização da eutanásia, o serviço militar obrigatório, reprovações no ensino obrigatório, casas de banho comuns e a recolha de dados pessoais por empresas privadas.
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