Grupo 1143: “Chamam-nos de nazistas, racistas, mas nós só estamos a defender o nacionalismo”
O Grupo 1143, liderado por Mário Machado, agendou uma manifestação para o próximo sábado, 05 de outubro, dia da Implantação da República, às 18h00, no centro de Guimarães. No anúncio da manifestação, o Grupo 1143 ressalva que “nunca se realizou uma manifestação nacionalista desde o golpe de 1974 e o Berço da Nação jamais poderia ficar de fora desta nossa luta pela reconquista de Portugal”.
Da parte do grupo 1143, diz João Peixoto, coordenador do núcleo de Guimarães, a manifestação será pacífica. “Será tudo organizado pelo bem, não haverá nada contra a polícia nem contra quem venha contra nós. Podemos garantir que será uma manifestação pacífica, como tivemos no Porto e Lisboa, porque nós não somos animais”.
João Peixoto é coordenador do núcleo de Guimarães do grupo 1143, um grupo que, adianta ao Mais Guimarães “defende a nacionalidade portuguesa acima de tudo. Chamam-nos de nazistas, racistas, nós somos tudo aos olhos de certa sociedade, mas nós só estamos a defender o nacionalismo”.
Um dos objetivos desta manifestação, que deverá ter mais de 500 participantes oriundos de vários pontos do país, e também emigrantes portugueses em França e Suíça, é alertar para a “imigração descontrolada” que “prejudica os nascidos em Portugal”.
Para João Peixoto, “falta trabalho para nós portugueses, o trabalho é pouco. Os imigrantes levam a mão de obra mais barata que a nossa. Recebem o ordenado mínimo, e por vezes um português pede mais um bocado e o patrão prefere mandá-lo embora que o manter a trabalhar”.
Questionado sobre se essa mão de obra não fará falta ao país, o coordenador vimaranense diz acreditar que “alguma da mão de obra sim. Agora, o que eu vejo é que muitos vêm e estão aqui ilegalmente, e ganham de outras maneiras dinheiro, de forma ilícita. Defendemos uma imigração controlada, que está bastante descontrolada. Se formos a ver, Portugal está a caminhar para uma França, uma Alemanha, uma Espanha, está a seguir por esses caminhos”.
A religião e a nacionalidade são questões importantes para o grupo 1143, que teme que “sejamos obrigados a ter que abdicar das nossas religiões” devido à entrada no país destes imigrantes. “Eles dizem que emigram à procura de segurança e de liberdade. Porque é que, ao procurarem segurança e liberdade, as mulheres deles andam no nosso país de cara tapada?”, questiona.
“Eu, que tenho uma filha, preocupa-me que, quando os pais de colegas dela vão buscá-las, nós só vemos os olhos. Preocupo-me e não sei se é um homem ou uma mulher. Isso não deve acontecer. Se olharmos para a França, já vemos o islão muito mais avançado do que em Portugal, e eu temo que vá avançar aqui por esses caminhos”, acrescenta João Peixoto.
João acusa os “cidadãos do Paquistão ou do Bangladesh” de falta de respeito, quando, no final do Ramadão se juntaram para rezar no Campo de São Mamede, quando, “de um lado têm a igreja católica e do outro um monumento importante para Portugal”.
Acusa também elementos da “extrema esquerda” de Guimarães, de perseguição, de terem exposto a sua vida particular nas redes sociais e comunicarem à empresa onde trabalha que “dão emprego a um neonazi. Não, não me considero neonazi, considero-me um nacionalista”, afirma.
João Peixoto diz que a sociedade aceita mais facilmente a extrema-esquerda: “Parece que custa mais aceitar-nos a nós, mas só se for por fazermos um pouco mais de barulho. A extrema-esquerda atua pela calada, nós já não, falamos o que temos a falar e a sociedade não está habituada a isso. Acusam-nos de perseguição quando os mais perseguidos somos nós”.
E explica, “Nós organizamos uma manifestação, em Lisboa, por exemplo, e fomos perseguidos por pessoas de extrema-esquerda que nos atiraram com sacos de lixo, com estrume dentro. No Porto aconteceu o mesmo. Numa rua, e dentro de uma caixa de segurança, da PSP, fomos obrigados a parar porque eles puseram caixotes do lixo a arder para nós não passarmos. Enquanto que, quer seja a comunidade LGBT ou do Bloco de Esquerda, fazem uma manifestação, nunca se viu ninguém lá do grupo 1143 a fazer barulho contra eles. Nós fazemos uma manifestação e temos alguém a fazer barulho contra nós, e não compreendemos”.
Em Guimarães, o núcleo do grupo 1143 é composto por cerca de 140 pessoas, vimaranenses. “Muitos não dão a cara e eu respeito esses camaradas. Eu, para já, dou a cara e continuarei a dar, não tenho problemas com isso. Muitos escondem-se para não verem as vidas deles, privadas, nas redes sociais ou o trabalho em risco, devido à perseguição”.
João Peixoto declina responsabilidade do núcleo vimaranense quanto às acusações de vandalismo em janeiro último, quando uma cruz suástica foi desenhada na porta de um estabelecimento de imigrantes em Guimarães: “Confio totalmente no grupo que me acompanha aqui em Guimarães e acredito que não fariam isso sem o consentimento de um administrador. Não sou mais do que ninguém, mas temos uma hierarquia, temos os administradores, e temos o resto dos camaradas”.
Já sobre a colocação de autocolantes junto ao estabelecimento na Avenida Alberto Sampaio, João Peixoto admite ter colado vários em Guimarães, “mas não vejo isso como um ato de racismo. Se formos a ver, aqui temos o Vitória Sport Clube, que também cola autocolantes, e temos autocolantes de partidos colados pela cidade e nunca vi ninguém a fazer uma afronta a isso”.
Para o administrador do grupo 1143 “a mensagem não é racista nem xenófoba, não é nada de mais. No autocolante “Portugal aos verdadeiros portugueses” não tem nada de racismo, diz.
“Marcha pela Liberdade”
Após o anúncio da manifestação do grupo 1143 em Guimarães, o movimento informal “Guimarães pela Liberdade”, avançou com a intenção de realizar uma manifestação no mesmo dia, denunciando “uma nova onda de atos de incitamento ao ódio dirigidos contra imigrantes na cidade”. Pedem a mobilização de todos na “Marcha pela Liberdade”, dizendo que “não podemos permitir que instrumentalizem a cidade de Guimarães e a tornem o centro do ódio para legitimar e normalizar ideologias racistas”.
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