Guidance: “Guimarães torna-se na capital da dança nacional e internacional” diz Rui Torrinha

O festival de dança contemporânea que decorre em Guimarães arranca na próxima quinta-feira, dia 01 de fevereiro, com o vimaranense Victor Hugo Pontes a ser o primeiro a subir a palco, através do espetáculo "Bantu". Entre 01 e 10 de fevereiro, a cidade berço acolhe dez espetáculos e várias atividades paralelas ao Guidance.

© Leonardo Pereira/ Mais Guimarães

A 13.ª edição do festival de dança contemporânea visa “celebrar as matérias do corpo e o encontro entre o público com os artistas como sempre fazemos”, explica Rui Torrinha, diretor artístico do Centro Cultural Vila Flor (CCVF).

O Guidance apresenta várias atuações que abordam diferenças culturais no mundo, bem como a evolução da civilização. Rui Torrinha esclarece que A Oficina pretende “abrir espaço para a representatividade e singularidade que existe no planeta com olhar à diferença. Cada vez mais expandimos a representatividade dentro dos espetáculos e queremos trazer a Guimarães a diferença e a ideia vanguardista do avanço da sociedade.”

Numa comparação evolutiva face às edições anteriores do espetáculo, o diretor artístico explica que “quisemos expandir os horizontes este ano, passando de uma edição europeia para uma global. Além do novo talento português e europeu, teremos talentos vindos de África e da Ásia, por isso teremos a representatividade da humanidade nos palcos. Guimarães torna-se na capital da dança nacional e internacional”, expressa.

Rui Torrinha acrescenta que o festival tem vindo a melhorar nos últimos anos através de “um crescimento orgânico e natural por parte do público, sendo que os artistas também olham para o Guidance como uma possibilidade forte de apresentação dos seus espetáculos e de valorização do seu talento.”

© Direitos Reservados

O festival realiza-se em vários palcos da cidade ( CCVF, Teatro Jordão, CIAJG) e o diretor da vertente artística do CCVF realça que a organização passa por “fazer com que o festival desça cada vez mais à cidade, sendo um encontro cada vez mais celebratório e plural. É uma possibilidade que criamos para as pessoas se relacionarem com as danças de muitas formas e isso tem vindo a crescer porque o público tem-se interessado bastante.”

“O espetáculo já não é nosso. É do publico e dos artistas.”

Além dos espetáculos, o Guidance terá várias atividades paralelas como as Masterclasses, os debates e as conversas pós-espetáculos. Para Rui Torrinha, aproximar o público do evento e dos artistas através destas iniciativas “é fundamental. O espetáculo já não é nosso. É do público e dos artistas. O público é soberano para nós, vive o festival connosco e ajuda-nos a escolher o passo seguinte.”

Por fim, o diretor artístico frisa que as pessoas “podem ter orgulho de um festival internacional reconhecido e de uma edição especial, porque abre com um vimaranense. Representa o orgulho da produção que é feita em Guimarães. O festival contribui para a história da dança contemporânea em Portugal porque muitas das obras são construídas a partir daqui.”

Conheça os espetáculos que vão decorrer na 13.º edição do Guidance:

© TUNA

O festival arranca no primeiro dia de fevereiro com o espetáculo “Bantu”, que designa uma família de línguas faladas na África subsariana, de Victor Hugo Pontes. Realiza-se no Grande Auditório Francisca Abreu no Centro Cultural Vila Flor, às 21h30.

No dia seguinte, o Teatro Jordão recebe o “Time and Space: The Marrabenta Solos” de Panaibra Gabriel Canda, que explora uma crise de identidade, desconstruindo representações culturais de um corpo africano. A attuação inicia às 21h30.

“Boca Fala Tropa” realiza-se no dia 03 de fevereiro às 18h30 no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Promovido por Gio Lourenço, “Boca Fala Tropa” tem por base os movimentos do Kuduro, onde o corpo se torna uma alegoria da memória.

No mesmo dia, às 21h30, o Grande Auditório Francisca Abreu do CCVF recebe “UniVerse: A Dark Crystal Odyssey” de Wayne Mcgregor, um espetáculo comovente e surpreendente sobre a crise climática.

Beatriz Valentim apresenta “O que é um problema?” às 16h00 do dia 04 de fevereiro, no Pequeno Auditório do Centro Cultural Vila Flor. A artista procura dar a conhecer o que é um problema junto de um público mais juvenil.

Na quarta-feira seguinte, a 07 de fevereiro, “.G rito” visa ser uma narrativa desalinhada sobre as histórias e relações, sem geografia precisa. O espetáculo terá lugar no Grande Auditório Francisco Abreu do CCVF.

No dia 08, às 21h30, o CIAJG será palco do “Atlas da Boca” de Gaya de Medeiros, uma investigação de dois corpos trans acerca da boca como ponto de união entre a palavra, a identidade e a voz, o público e o privado, o erotismo e a política.

Shimmering Production traz a Guimarães “Beings”, um espetáculo que encontra inspiração no caractere chinês “人” (pessoa). A peça de dança, que terá lugar no Teatro Jordão, pelas 21h30, explora os laços entre as duas pinceladas que suportam a caligrafia.

© Direitos Reservados

No último dia, “Anda, Diana” obriga o público a pensar o que está para além da dança e do corpo. A peça foca-se num exercício de inflexão, que faz questionar o que está para além da linguagem. Com lugar no CIAJG, “Anda, Diana” arranca às 18h30 do dia 10 de fevereiro.

Com estreia nacional,  “Bulabulay Mun?” encerra as hostes da 13.ª edição do festival no Grande Auditório Francisca Abreu, às 21h30 do dia 10 de fevereiro. Com produção do Tjimur Dance Theatre , a peça  retrata o ataque das forças japonesas as comunidades indígenas no sul de Taiwan devido ao incidente da Baía de Ba Yao.

 

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